Existe uma grande variedade de doenças que as carraças podem transmitir, quer através da sua picada, quer através da sua ingestão pelo animal quando se coça. A maioria delas é transmitida pela carraça Rhipicephalus sanguineus que é a mais comum em Portugal. Todas estas doenças são causadas por organismos microscópicos, que são geralmente parasitas do sangue podendo afectar os glóbulos vermelhos ou brancos. Uma vez que estes parasitas se encontram no sangue podem ser transmitidos de um animal para outro através de uma transfusão de sangue. Muitas destas doenças podem ser transmitidas ao Homem através da picada da carraça.
A Ehrlichiose é causada por uma bactéria chamada Erlichia canis que vai infectar os glóbulos brancos dos cães e de outros animais silvestres. Quando é detectada e tratada numa fase inicial apresenta boas hipóteses de cura completa.
O agente causador da Hemobartonelose é a Haemobartonella felis, uma bactéria que se encontra dentro dos glóbulos vermelhos e que os destrói. Esta bactéria pertence à mesma família que a Ehrlichia, infecta principalmente os gatos. Esta doença é diferente das restantes pois pode ser transmitida por carraças, pulgas, mosquitos, lutas entre animais, transfusões sanguíneas e ainda de mães para filhos.
A Babesiose ou Piroplasmose é causada por um parasita dos glóbulos vermelhos, a Babesia canis que é igualmente um parasita da carraça. Ao infectar os glóbulos vermelhos vai destruí-los causando alguns sintomas específicos. As carraças transmitem a doença quando ingerem sangue do hospedeiro durante mais de 48h e quanto maior a quantidade de carraças presentes no cão, maior o risco de infecção. Os animais mais jovens também têm maior probabilidade de serem infectados do que os adultos.
A Hepatozoonose tem como agente um microorganismo (protozoário) que infecta alguns glóbulos brancos (neutrófilos) e é transmitida aos animais através da ingestão da carraça ao coçar-se. Tem sintomas pouco específicos, que muitas vezes só aparecem quando 100% dos glóbulos brancos do animal estão parasitados.
A Borreliose ou Doença de Lyme é devida a uma bactéria, a Borrelia burgdorferi e é transmitida pelas carraças Ixodes ricinus (não são muito comuns em Portugal). Esta doença afecta principalmente as articulações do animal.
Nem todos os animais afectados por estas doenças apresentam sintomas. Nos que são sensíveis à infecção, os sintomas podem só aparecer após o período de incubação que dura de uma a cinco semanas aproximadamente.
Nem todos os animais afectados por estas doenças apresentam sintomas. Nos que são sensíveis à infecção, os sintomas podem só aparecer após o período de incubação que dura de uma a cinco semanas aproximadamente.
Os principais sintomas são perda de apetite, perda de peso, febre, cansaço, vómitos, mucosas pálidas e/ou com manchas vermelhas, icterícia (mucosas amarelas), sangue na urina (urina cor de vinho do Porto), sangue nas fezes, corrimento ocular purulento, hemorragia ou descarga nasal, tosse, claudicação, paralisia dos membros posteriores, dificuldade respiratória e mesmo morte.
A prevenção deve ser feita usando desparasitantes externos que protegem contra as carraças: coleiras, sprays e "spot on"- pipetas ou bisnagas que são aplicadas no animal.
Algumas destas doenças transmitidas pelas carraças também possuem vacina, como a vacina contra a Piroplasmose ou a Doença de Lyme. A eficácia da vacina varia entre 70% a 100%. O animal para poder ser vacinado contra esta doença deve estar de perfeita saúde, e ter mais de 5 meses. A primeira vacinação requer duas injecções e a protecção só ocorre passado uns dias depois da segunda injecção. As seguintes revacinações são anuais.
A prevenção é a chave para evitar o risco, quer para o seu animal, quer para a sua família por isso deve aconselhar-se com o médico veterinário para saber qual a melhor opção em cada caso.
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