segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Encontros via internet...

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

FESTAS FELIZES

A Clínica Veterinária Bichos & Caprichos deseja a todos um
FELIZ NATAL e UM BOM ANO 2011

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Maneio de Porquinhos-da-índia


Os porquinhos-da-índia (Cavia porcellus) são uma espécie de roedores que teve origem na América do Sul e que actualmente muitas pessoas têm nas suas casas como animal de estimação. Existem diversas raças com pelagens muito variadas mas quase todos são bastante resistentes e adaptam-se a diferentes habitats. São animais sociais pois na natureza vivem em grupos que podem chegar aos 10 indivíduos mas não é aconselhável juntar dois machos para não haver lutas entre eles.
Em cativeiro podem viver até 6 anos no máximo, quando mantidos com as condições adequadas. São animais de hábitos nocturnos por isso é normal serem mais activos durante a noite e dormirem durante o dia.
O seu peso varia entre as 800 gramas e os 1.5 kg, sendo os machos maiores do que as fêmeas.

Alimentação
Uma vez que são animais herbívoros devem ser alimentados com ração própria para porquinhos-da-índia, feno e podem também ser dadas frutas e legumes frescos (excepto alface que pode causa problemas intestinais).
O comedouro deve ser feito de material resistente que não possa ser roído e o bebedouro deve estar suspenso para que não sujem a água.
O feno é essencial para assegurar que os dentes de crescimento permanente (como os dos coelhos) se gastem de forma adequada e deve ser fornecido diariamente. Também podem ser colocadas pedras minerais que eles podem roer para ajudar a desgastar os dentes incisivos.
Como esta espécie tem a particularidade de não conseguir sintetizar vitamina C a sua alimentação deve ser suplementada com frutas e verduras ricas neste componente como os brócolos, salsa, couve-flor e kiwi.

Alojamento
Os porquinhos-da-índia devem ser mantidos em gaiolas com pelo menos 2 metros quadrados por animal, com uma parede de pelo menos 30 cm de altura e bem ventiladas. A gaiola pode ter vários andares para que o porquinho possa escalar e exercitar-se.
O fundo da gaiola deve ser revestido com serradura, jornal ou outros substratos apropriados para estes animais. Seja qual for o revestimento utilizado deve ser todo retirado pelo menos uma vez por semana e a gaiola completamente lavada com água e sabão neutro. Estes animais normalmente escolhem uma zona da gaiola para urinar e defecar que deve ser limpa diariamente.
Os porquinhos-da-índia não devem ser alojados em locais quentes, húmidos ou onde haja luz solar directa. A temperatura ambiente ideal é cerca de 21ºC pois a temperaturas superiores a 28ºC podem sofrer golpes de calor que são fatais.
É aconselhável dar ao animal um local onde se possa esconder podendo usar-se um objecto de madeira, plástico ou cerâmica colocado dentro da gaiola.

Reprodução
A puberdade começa por volta dos 3 meses, altura a partir da qual as fêmeas fazem cios de 15 em 15 dias. Se não pretender fazer criação de porquinhos-da-índia deve separar os machos das fêmeas antes desta idade.
O período de gestação desta espécie é de cerca de 2 meses e as ninhadas têm normalmente entre 2 a 4 porquinhos mas podem ser maiores. No período de gestação a alimentação deve ser reforçada e deve-se evitar manusear as fêmeas pois são muito sensíveis e podem ter partos prematuros.
A fêmea pode ter novo cio 6 a 8 horas após o parto e por isso deve ser separada dos machos para não acasalar novamente.
Os bebés nascem já com os olhos abertos e começam a comer alimentos sólidos na 1ª semana de vida. O seu desmame é feito aos 21 dias, altura a partir da qual devem ser separados da mãe.

Desparasitação e problemas médicos mais comuns
Os porquinhos-da-índia não necessitam de ser vacinados, apenas precisam de ser desparasitados pelo menos de 6 em 6 meses. Deve aconselhar-se com o seu médico veterinário para saber quais os produtos mais indicados para cada caso.

Alterações cutâneas: as doenças de pele são dos problemas mais comuns nesta espécie. Tal como a maioria dos outros animais podem ter infestações por pulgas, carraças ou piolhos que se alimentam do seu sangue e lhes causam muita comichão. A desparasitação periódica evita e elimina estes parasitas.
Podem ainda ter infestações por ácaros ou fungos que causam descamação e zonas sem pêlo.
Se o alojamento não for feito numa gaiola adequada ou se a limpeza dos alojamentos não for feita de forma adequada podem desenvolver infecções nas patas que se apresentam inchadas e sem pêlos.

Alterações gastrointestinais: podem ser causadas por alimentos aos quais o animal é intolerante, por alterações da flora intestinal ou por obstrução por objectos que roam. Se houver falta de apetite ou diarreia o animal deve ser levado ao médico veterinário.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Peritonite Infecciosa Felina (PIF)

A peritonite infecciosa felina é uma doença vírica imunomediada causada por um coronavírus entérico. O coronavírus entra no organismo por ingestão ou inalação, através do contacto com saliva e/ou fezes de animais infectados ou de objectos que tenham contactado com secreções infectadas (caixas de areias, calçado, etc).
Apesar de muitos gatos serem portadores deste vírus, na maior parte dos casos o sistema imunitário é capaz de combatê-lo de forma eficaz e não desenvolvem PIF ou manifestam apenas uma enterite ligeira. Nos casos em que se desenvolve PIF o coronavírus sofre uma mutação in vivo e pode atacar órgãos como o fígado, rins, cérebro e olho e é geralmente fatal. Por isso esta é a doença infecciosa que causa maior número de mortes em gatos e felinos selvagens e a partir do momento que o animal manifesta a doença a sua esperança de vida é no máximo de 2 anos.
Os animais mais afectados são gatos mais jovens (menos de 2 anos) e mais idosos (mais de 10 anos). Gatos que vivam em colónias/gatis, em situações de stress, que sofram de doenças crónicas e/ou infecciosas (FIV e FeLV) ou
a receber tratamentos imunossupressores também estão mais susceptíveis a que ocorra a mutação do vírus.
A PIF pode apres
entar-se em duas formas: a seca ou não efusiva (forma crónica) e a húmida ou efusiva (forma mais grave da doença).
Os sintomas são:

- Febre flutuante
- Apatia
- Perda de apetite

- Perda de peso - Diarreia
- Aumento do volume abdominal devido a derrame de líquido (forma húmida)
- Dificuldade respiratória devido a derrame de líquido no tórax (forma húmida)

- Icterícia (mucosas e pele amarelas)
- Uveíte (derrame de san
gue dentro do olho)
-Alterações neurológicas (perda de equilíbrio, tremores da cabeça, convulsões)

O diagnóstico da doença baseia-se na história, nos sinais clínicos e em biopsias de órgãos afectados. As análises de sangue e de líquidos de derrame podem ser sugestivas de PIF mas a única forma ter um diagnóstico definitivo é através da necrópsia.

Não existe cura para a PIF por isso o tratamento é apenas paliativo tentando minimizar os sintomas do animal através de fluidoterapia, transfusões sanguíneas, alimentação adequada e medicação conforme os sintomas apresentados. Em muitos casos os sintomas são muito graves e não permitem qualquer tipo de tratamento, sendo necessário recorrer à eutanásia.

Como ainda não existe vacina para esta doença deve-se apostar na prevenção através do isolamento dos animais contaminados, não permitindo contacto com gatos saudáveis, principalmente bebés. Uma vez fora do corpo o vírus pode sobreviver entre 2 a 6 semanas mas é eliminado pela maioria dos desinfectantes por isso é aconselhável fazer desinfecção frequente dos comedouros, bebedouros e caixas de areia para prevenir a disseminação do vírus em locais com grande população de gatos. Em locais onde tenha havido um gato com PIF recomenda-se esperar 2 meses até poder reintroduzir novamente um gato.

Uma vez que a maioria dos sintomas de PIF são comuns a outras doenças deve consultar o médico veterinário caso detecte alguma alteração no seu gato.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Hiperactividade em cães

A hiperactividade é um distúrbio de comportamento que se manifesta em cães extremamente enérgicos e que está relacionado com hiper-reactividade a estímulos (visuais, auditivos ou sensoriais), excitabilidade ou excesso de actividade.

A causa mais comum de hiperactividade é a falta de estimulação física e mental adequada ou ao facto dos donos reforçarem positivamente comportamentos inadequados. Raramente a hiperactividade é causada por alterações fisiológicas como a deficiência na produção de serotonina (substância relacionada com o relaxamento) ou por verdadeiros transtornos psicológicos sendo estes considerados animais hipercinéticos. Estes cães não se habituam a estímulos, reagem sempre de forma exagerada e não conseguem ficar quietos ou descansar mesmo em ambientes calmos.

raças mais predispostas a esta situação como os Yorkshire terrier, Caniche, Beagle, Cocker Spaniel e Pug por exemplo. Muitos nascem já com esta característica, sendo os mais activos da ninhada, que saltam e lambem toda a gente. No entanto, qualquer cão pode tornar-se ansioso e reagir demasiado a estímulos devido ao ambiente em que cresce, às experiências sociais e à sua educação.

Os factores que podem predispor a este problema comportamental são:

- Actividade física reduzida ou inexistente

- Pouca socialização

- Stress

- Falta de espaço

- Ambientes agitados

- Compensar comportamentos indesejados dando atenção ao animal, mesmo que seja na forma de repreensões.

As alterações de comportamento apresentadas são:

- Dormir pouco

- Dificuldade em adaptar-se a situações novas

- Agitação e procura de atenção constantes (ladram, saltam, roubam objectos)

- Não conseguem ficar sozinhos

- Estão sempre à procura de maneiras de aliviar as tensões como roer, destruir objectos, ladrar.

O animal deve ser visto por um médico veterinário e devem ser realizados os exames necessários para verificar a existência de alterações hormonais, neurológicas ou de hipercinese.

Em casos de hipercinese o tratamento deve ser feito com recurso a medicamentos mas nos restantes animais hiperactivos não é necessário. A solução para este distúrbio de comportamento passa por perceber as suas causas para podermos controlar a ansiedade, medo e necessidade de atenção do animal.

Para conseguir estas modificações é necessário alterar as rotinas e a interacção de toda a família com o animal. O exercício e estimulação mental diários adequados são muito importantes e podem ser conseguidos através de caminhadas ou brincadeiras como trazer de volta coisas arremessadas quando não se consegue sair para caminhar. Além disso é importante fazer exercícios de treino e obediência diários com o cão num ambiente calmo no sentido de estabelecer comportamentos relaxados que deverão ser recompensados com um reforço positivo (guloseima, biscoito, etc). Os comportamentos indesejáveis devem ser ignorados e interrompidos usando uma trela e redireccionados para comportamentos calmos como sentar. Todas a interacções com o animal devem basear-se em ordens a que o cão deve obedecer de modo que entenda o dono como líder no qual pode confiar.

Devido aos comportamentos indesejados, muitos animais ficam presos e afastados das pessoas o que está contra indicado pois estão privados de actividades físicas e contacto social. Isto provoca um ciclo vicioso pois há um aumento da excitação quando tem oportunidade de conviver com pessoas novamente, piorando a situação.

Caso tenha um animal hiperactivo em casa deve-se aconselhar com o médico veterinário para estabelecer o tratamento mais adequado a cada caso.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Luxação coxofemoral

A luxação coxofemoral é uma lesão que ocorre devido a um traumatismo forte (atropelamento, pancada, queda, luta, etc) que faz com que a cabeça do fémur se desloque para fora da articulação da anca (acetábulo). Pode ocorrer tanto em cães como em gatos de qualquer idade e normalmente é unilateral.

Os animais geralmente coxeiam da pata afectada, não pousam a pata no chão, sentem dor quando se tenta mexer a articulação e podem ter a pata mais comprida ou mais curta que a outra, dependendo do tipo de luxação.

O diagnóstico de luxação coxofemoral é feito com base na história de traumatismo, nos sintomas e através de radiografias da zona.

O animal deve ser tratado o mais rapidamente possível pois quanto mais tempo passar maior será a contracção muscular e a fibrose local que tornam mais difícil a resolução da luxação e reduzem as hipóteses de o animal recuperar totalmente. O tratamento pode ser feito com redução fechada da luxação (recolocação manual do fémur no acetábulo) nas primeiras 24 ou 48 horas após o traumatismo e se não houver mais nenhuma lesão ortopédica. Caso a luxação já seja mais antiga ou se a técnica de redução fechada não for eficaz é necessária uma cirurgia para recolocar o fémur.

Para evitar que o seu animal sofra este tipo de lesão não deve deixá-lo ir à rua sozinho ou sem trela.

Em caso de traumatismo deve consultar o médico veterinário o mais rapidamente possível.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Infecções cutâneas por fungos – Dermatofitoses

A dermatofitose é uma infecção da pele, pêlos e unhas causada por fungos do género Microsporum sp. ou Trichophyton sp. mais conhecida por “tinha”. Estes fungos podem atingir cães e gatos, apesar de os gatos serem geralmente mais afectados. Os animais jovens ou idosos, animais imunodeprimidos (com imunodeficiência felina ou leucemia felina por exemplo), com pêlo longo, com outros problemas dermatológicos ou que habitam em locais com grande concentração de animais estão mais predispostos a ser infectados por fungos. Estes fungos também podem causar lesões na pele das pessoas pois a dermatofitose é uma zoonose.

Os animais podem contaminar-se por contacto com roedores, com solo e objectos contaminados por esporos dos fungos ou com outros animais contaminados. Alguns esporos podem permanecer no ambiente até cerca de 2 anos, principalmente em zonas onde haja calor e humidade.

Nem todos os animais que contactam com os esporos dos fungos desenvolvem a infecção e alguns não apresentam sintomas sendo portadores assintomáticos ou tendo apenas zonas onde o pêlo é mais rarefeito. Os sintomas são muito variados mas os mais observados são alopécias (falta de pêlo) redondas de rápido desenvolvimento, descamação, inflamação da pele principalmente na borda da zona sem pêlos, coloração escura da pele e comichão. As zonas mais afectadas são o focinho, a cauda, as patas e as orelhas.

O diagnóstico faz-se com base na história clínica do animal, observação das lesões e testes específicos como a cultura de fungos a partir dos pêlos e observação ao microscópio. Pode realizar-se ainda um exame com a lâmpada de Wood que faz com que os esporos de Microsporum canis sejam observados com cor verde maçã. A desvantagem da lâmpada de Wood é que apenas detecta 50% dos casos e o facto de não se observarem esporos verdes não descarta a hipótese de haver infecção por fungos.

Se houver vários animais em contacto na mesma casa devem ser todos testados, mesmo que não manifestem sinais pois podem ser portadores assintomáticos.

O tratamento é feito com medicamentos tópicos utilizados localmente (champôs, pomadas, sprays, etc) e/ou com medicação oral, dependendo da gravidade da infecção. Em alguns animais, principalmente os de pêlo longo é aconselhada uma tosquia para que o tratamento actue mais rapidamente. Todos os animais infectados ou portadores assintomáticos que convivam na mesma casa devem ser tratados e mantidos em quarentena durante o tratamento. A pessoa responsável por cuidar destes animais e dar-lhes medicação deve usar luvas e trocar de roupa quando contactar com os animais doentes.

Para prevenir a contaminação deve:

- Evitar que ele ande em zonas onde possam ter estado roedores ou animais doentes

- Lavar e desinfectar os locais e objectos com que o animal contacta habitualmente (escovas, mantas, camas, etc)

Caso suspeite que o seu animal possa ter uma dermatofitose aconselhe-se com o médico veterinário.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Hérnia diafragmática

A hérnia diafragmática acontece quando o diafragma (músculo que separa a cavidade torácica do abdómen) se rompe permitindo que as vísceras do abdómen (fígado, estômago, intestino, etc) passem para o tórax. A maioria das hérnias diafragmáticas são de origem traumática (quedas, atropelamentos, lutas, pontapés) mas em alguns casos podem ser congénitas. Podem acontecer tanto em cães como em gatos.

Os sintomas podem levar dias, meses ou até anos a manifestar-se e os mais comuns nestes são a dificuldade respiratória, cianose (mucosas roxas), abdómen diminuído de tamanho, vómitos, anorexia, ausência de fezes ou diarreia.

Para diagnosticar estas situações é necessário fazer radiografia torácica e por vezes também ecografia e radiografias com meio de contraste para verificar a presença do estômago e intestinos no tórax.

O tratamento pa
ssa por uma cirurgia para corrigir hérnia fechando o diafragma e colocando os órgãos novamente na cavidade abdominal. O prognóstico nestes casos é reservado pois geralmente os animais encontram-se em estado crítico e a cirurgia tem alguns riscos associados. Muitas vezes é necessário estabilizá-los antes da cirurgia para reduzir os riscos anestésicos e fazer uma monitorização apertada no período pós-cirúrgico para aumentar a possibilidade de sobrevivência do animal.
Para diminuir os riscos de uma hérnia diafragmática
previna os acidentes que a podem provocar:
-Tome medidas para evitar quedas de janelas e varandas.
-Não deixe o seu animal de estimação vir à rua sozinho.
-Passeie o seu cão com trela.
Em caso de acidente ou sintomatologia anormal consulte sempre o seu médico veterinário.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Maneio de tartarugas semi-aquáticas (2ª Parte)

Alimentação
As tartarugas são omnívoras e no seu habitat natural podem alimentar-se de pequenos peixes, girinos e também de plantas. Tendo isto em conta os “camarões secos” não são aconselhados porque são pobres em proteínas, vitaminas e minerais essenciais.
O mais aconselhado é ração própria para tartarugas, comida liofilizada à base de peixe e insectos, ração para gatos, peixe ou carnes brancas cozidas, insectos como caracóis e ainda alguns vegetais e frutos. Uma alimentação variada, rica em vitaminas vai prevenir doenças como a hipovitaminose A (carência de vitamina A) que causa conjuntivites (infecções no olhos), abcessos no ouvido e alterações na pele e carapaça.

Hibernação

A hibernação é um período em que o metabolismo é reduzido
ao mínimo e o animal deixa de ter actividade física. Nas tartarugas este período permite regular o ciclo reprodutivo, defender-se de condições climatéricas desfavoráveis e das épocas em que há falta de alimentos. Se não quiser que a sua tartaruga se reproduza e pretender mantê-la saudável deve evitar que ela hiberne não permitindo que a temperatura ambiente do aquaterrário baixe. Algumas espécies de tartarugas de climas tropicais não podem hibernar pois no seu habitat natural nunca necessitam de hibernar e o seu organismo não está preparado para essa situação.
Em tartarugas jovens (menos de 1 ano), acabadas de comprar ou que estiveram doentes durante o Verão a hibernação acarreta ainda mais riscos pois não têm reservas de gordura suficientes para a suportar.

A semi-hibernação (mantém a actividade mas não comem) deve ser evitada. Caso aconteça deve-se colocar a tartaruga num aquário com temperatura aquecida para que retome a sua actividade normal e não hiberne mais.

Se pretender que a sua tartaruga hiberne mesmo assim deve preparar a hibernação com antecedência baixando gradualmente a temperatura do aquaterrário ao longo de um mês e diminuindo a quantidade de comida conforme a tartaruga reduz a actividade (o intestino deve estar vazio quando hibernam). É aconselhável reduzir a exposição da tartaruga à luz durante a hibernação.

Se ela estiver alojada num lago exterior este deve ter profundidade suficiente (mais de 60 cm) para que a água do fundo não varie muito de temperatura e deve ter sempre uma zona em que a água não congele para permitir à tartaruga vir à superfície respirar.
Para acordar da hibernação deve aquecer o local onde ela se encontra gradualmente e aos poucos aumentar a sua exposição solar até que ela regresse à sua actividade normal (cerca de uma semana).

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Maneio de tartarugas semi-aquáticas (1ª Parte)


Actualmente existem cada vez mais pessoas que têm animais exóticos como animais de companhia, sendo um dos mais comuns a tartaruga. As espécies mais comuns de tartaruga encontradas nas lojas de animais são Trachemys e Pseudemys, originárias do continente americano.
Estes animais, com um maneio e alimentação adequados podem viver mais de 25 anos e a maioria das tartarugas semi-aquáticas atingem 25 a 30 cm de comprimento na idade adulta. Ao escolher uma tartaruga
deve ter em atenção que ela tenha os olhos brilhantes, nade energicamente em busca da comida e tenha a carapaça dura pois são sinais de que está de boa saúde.

Alojamento


Embora a maioria destes animais seja adquirida numa idade jovem e com menos de 5 cm de comprimento deve ser tido em conta o seu tamanho adulto quando se compra um aquáterrário para as alojar.

O aquário deve ser de vidro e ter uma largura de 3 vezes o comprimento da carapaça da tartaruga e um comprimento de 5 vezes o comprimento da carapaça. A profundidade da água deve ser no mínimo 25 cm para que a tartaruga possa nadar à vontade. Também podem ser alojadas em lagos no jardim desde que lhes sejam dadas condições para hibernar. Caso elas estejam no jardim deve ser colocada uma vedação em volta do lago para as proteger dos predadores (cães, aves, etc).
No fundo do aquaterrário/lago pode ser coberto com pedras redondas (para não ferir a carapaça) até uma altura de 5 cm. Deve ser colocada uma rampa de acesso a uma zona seca (pedras, telha) onde a tartaruga possa descansar e apanhar sol.
Caso não tenha acesso a luz solar directa diariamente deve ser colocada no aquário uma luz ultravioleta por cima da zona seca (nesta zona a temperatura não deve exceder os 30ºC).
A radiação ultravioleta é importante para a absorção do cálcio que permite um correcto desenvolvimento da
carapaça.
Como a maioria das tartarugas vem de climas tropicais precisam que a temperatura da água seja mantida entre 22 a 26ºC através de um termóstato próprio para aquários ou de um tapete de aquecimento por baixo do vidro do aquário. O aquário deve estar parcialmente coberto para que a diferença de temperatura entre a água e a zona seca não ultrapasse os 4ºC.
A qualidade da água é muito importante para estes animais por isso devem ser usados produtos que retirem o cloro ou água deve ser mantida num recipiente aberto durante 2 dias para que o cloro evapore antes de a por no aquário.
É aconselhado o uso de um filtro de água com uma bomba para manter a limpeza do aquário e evitar trocas muito frequentes de água. O filtro deve ser exterior para não provocar vibração e não deve ser muito potente para não causar correntes no aquário.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Animais acidentados – Primeiros Socorros (4ª Parte)

Reanimação cardiopulmonar

Em casos de traumatismos graves ou outras situações em que o animal entre em choque pode haver uma paragem respiratória e/ ou cardíaca. Nestes casos é necessário iniciar as manobras de reanimação ao animal mesmo antes de ele chegar à clínica veterinária, na tentativa de restabelecer a respiração e o batimento cardíaco para que o cérebro e outros órgãos vitais recebam oxigénio.
Para fazer a reanimação devemos:
- Verificar que o animal está inconsciente (falar com ele, tocar-lhe).
- Caso esteja incosnciente verificar se há respiração (movimentos do tórax, saída de ar pelas narinas/boca).
- Se estiver inconsciente e com paragem respiratória deitá-lo obre o seu lado direito.
- Estender a cabeça e o pescoço e esticar a língua. Caso haja alguma coisa a obstruir a passagem do ar (saliva, vómito, etc) tentar retirar.
- Se dentro de 10 segundos o animal não respirar por as mãos em torno do focinho para fechar a boca do animal e fazer respiração boca a focinho 3 a 5 vezes (verificar que o tórax mexe ao insuflar o ar).
- Averiguar se o animal tem batimento cardíaco colocando a mão no tórax, no local onde o cotovelo bate quando se dobra a pata ou se tem pulso na artéria femoral (na parte de dentro da coxa).
- Se não houver batimento cardíaco nem pulso começar as compressões no tórax. Em cães com menos de 10 kg e gatos comprimir o tórax com uma mão de cada lado e em cães maiores fazer compressão com as duas mãos do mesmo lado do tórax.
- Fazer 12 compressões torácicas seguidas de uma respiração boca a focinho.
A reanimação deve ser feita enquanto o animal é transportado para o veterinário ou até que o coração volte a bater.


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Animais acidentados – Primeiros Socorros (3ª Parte)

Choque

O choque ocorre quando por algum motivo o organismo não consegue fazer chegar oxigénio suficiente aos órgãos ou quando os órgãos não conseguem usar devidamente o oxigénio que lá chega.
As causas mais comuns de choque são traumatismos (lutas, acidentes), envenenamento, picadas de insectos, vómito ou diarreia grave, queimaduras, obstruções respiratórias ou paragem cardíaca.
Os sinais que indicam que o animal pode estar em choque são:
- Excitação ou prostração
- Aumento da frequência cardíaca
- Mucosas pálidas ou azuladas
- Pulso normal que rapidamente enfraquece
- Temperatura baixa
- Respiração muito acelerada ou muito lenta

Numa situação de choque o dono deve tomar medidas imediatas para ajudar o seu animal e dirigir-se o mais rapidamente possível à clínica veterinária:
- Imobilizar o animal
- Ajudar o animal a respirar caso haja dificuldade
- Parar alguma hemorragia visível
-
Cobrir o animal com roupa quente

-
Proteger as zonas onde possa haver fracturas

- Não dar qualquer tipo de medicamento (aspirina, ben-u-ron, anti-inflamatórios) que não tenha sido indicado pelo veterinário naquele momento

-
Não deixar o animal andar nem entrar ou sair do carro sozinho porque o movimento pode agravar as hemorragias internas

-
Não dar água nem comida ao animal pois ele pode engasgar-se e sufocar.
Os sinais em choque nem sempre são imediatamente evidentes, muitas vezes só são perceptíveis quando não há nada a fazer pelo animal. Por isso em situações de traumatismo ou caso o animal se encontre debilitado não hesite em levá-lo o mais rapidamente possível ao médico veterinário.


Animais acidentados – Primeiros Socorros (2ª Parte)

Hemorragias

No caso de uma hemorragia grave (perda de mais de 4 colheres de chá de sangue por kg de peso) é necessário que o dono tome medidas para a parar durante o transporte para a clínica. Para isso existem vários métodos:
- Compressão directa: colocar uma compressa, um pano limpo ou até a mão sobre a zona que está a sangrar e aplicar pressão. Em caso da compressa ensopar com sangue deve-se colocar mais compressas por cima e nunca retirar a compressa para não retirar o sangue coagulado. Se possível colocar uma ligadura pouco apertada sobre as compressas para poder ficar com as mãos livres.
- Elevação do membro ou cauda: em hemorragias das patas ou cauda deve-se tentar colocar a zona que sangra acima do nível do coração para que pare. Pode ser feito em conjunto com a compressão.
- Pressão nas artérias da zona: pode ser aplicada na artéria femoral (lado de dentro da coxa) caso haja feridas numa das patas traseiras, na artéria braquial (lado de dentro do braço) caso a ferida seja numa pata da frente ou na artéria caudal (base da causa) se houver feridas na cauda.
- Torniquete: só deve ser feito em caso de hemorragias que ponham em causa a sobrevivência do animal e caso possa ser necessária amputação do membro pois este procedimento pode incapacitar o membro permanentemente. Faz-se usando um pedaço de tecido largo pa
ra dar duas voltas ao membro e atando. Colocar um pequeno pau no nó e rodar até que a hemorragia pare. O torniquete deve ser solto de 20 em 20 minutos durante 20 segundos.
Nas hemorragias internas geralmente há acumulação de sangue no est
ômago ou no tórax. Normalmente não são visíveis do exterior mas existem sintomas indicativos:
- Mucosas pálidas (gengiva)

- Temperatura baixa (patas, orelhas)
- Tosse com san
gue
- Prostração extrema

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Animais acidentados – Primeiros Socorros (1ª Parte)

Existem muitas situações de emergência em que os donos do animal precisam de lhe prestar os primeiros cuidados, ainda antes de o transportar para o médico veterinário. Alguns exemplos são os acidentes de viação, as lutas entre animais, tiros e as quedas em altura (janelas, varandas, etc) em que muitas vezes os animais ficam gravemente feridos. Nestas situações podem ocorrer fracturas diversas, perdas de sangue significativas quer através de feridas externas quer por hemorragias internas (não visíveis) e o animal pode entrar em choque. A primeira coisa a fazer nestes casos é proteger-se de mordidelas pois um animal com dores pode tornar-se agressivo. Se for necessário deve colocar um açaime ou uma fita na boca do animal antes de o manipular.

Transportar o animal até ao veterinário

É importante que as pessoas tomem alguns cuidados ao transportar um animal ferido para o veterinário pois alguns erros podem piorar o estado do animal.
- Manipular o menos possível e com cuidado: tentar que o animal se deite por si próprio e colocá-lo numa maca improvisada (madeira, lençol), numa caixa transportadora ou mesmo numa caixa de cartão (o caso de animais de pequeno porte).
- Tentar que o animal se deite lateralmente ou sobre a barriga, de acordo com a posição em que se sinta mais confortável.

- Minimizar os movimentos do animal: animais inconscientes ou com suspeita de lesão na coluna (não se levantam) devem ser deitados sobre uma superfície rígida e atados para que se mexam o menos possível. Evitar movimentos bruscos que podem piorar as hemorragias internas e as fracturas existentes.
- Não pressionar o estômago principalmente quando há dificuldade respiratória, vómitos ou dor abdominal.
- Posicionar a cabeça alinhada com o corpo se o animal estiver inconsciente (não colocar a um nível muito superior nem muito inferior porque pode interferir com a circulação sanguínea).
- Se o animal quiser vomitar por a cabeça inclinada para baixo de forma a que o vómito não entre no canal respiratório. Deve-se ter em atenção que animais com lesões na cabeça podem vomitar mesmo estando inconscientes.

- Cobrir o animal com um cobertor pois impede perca calor, acalma-o e pode ser usado para o transportar.

- Conduzir com cuidado e ter calma para evitar acidentes e multas indesejadas.

- Contactar o veterinário mais próximo para saber qual o melhor caminho para o local e para que na clínica estejam à espera do seu animal quando lá chegar.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Dia Mundial do Animal - 4 de Outubro


Hoje é o dia Mundial do Animal que foi criado por ecologistas, em 1931 para alertar as pessoas para o problema das espécies em vias de extinção.
Actualmente comemora-se o Dia do Animal como uma forma de lembrar que todos os animais, desde os domésticos aos selvagens, merecem todo o carinho e respeito dos seres humanos.

Para comemorar este dia da melhor forma não se esqueça do seu animal de estimação, dê-lhe um mimo, um brinquedo, faça uma caminhada mais longa com ele ou simplesmente dedique mais algum tempo a brincar com ele…e se puder faça com que tudo isso se torne possível mais vezes.
FELIZ DIA DO ANIMAL!

domingo, 3 de outubro de 2010

CASTRAÇÃO OU ESTERILIZAÇÃO


Pergunta: “Das duas vezes que fui ao veterinário foi falado da esterilização e não de castração. Eu queria saber a diferença das duas intervenções. É que segundo o que li, a esterilização faz com que as gatas tenham cio mais vezes. Tendo em conta que a minha gata esta em apartamento não seria melhor a castração? E que diferença de preço há entre as duas intervenções? …”

Resposta: Na prática veterinária usa-se os termos esterilização para as fêmeas e castração para os machos. No dicionário estão as seguintes definições:

Esterilização é a retirada total de condições de reprodução da vida, seja a que nível for. Assim, o processo de esterilização compreende aquela realizada em materiais cirúrgicos que serão utilizados em seres humanos pelo médico ou em animais pelo veterinário, como compreende também os métodos cirúrgicos realizados para evitar a gravidez.

Castração é um acto que incapacita-se o indivíduo de reproduzir-se sexualmente, e suprime seu aporte de hormonas sexuais (testosterona, no macho, e estrogênio, na fêmea). O acto consiste na extirpação das gônadas (gonadectomia): testículos na castração masculina (orquiectomia); ovários na castração feminina.

No caso dos animais domésticos a cirurgia para esterilizar/ castrar fêmeas engloba por rotina e recomendavelmente a retida dos ovários e do útero para evitar possíveis patologias do útero. No caso dos machos a cirurgia restringe-se à retirada dos testículos. Os animais ficam estéreis. Se eventualmente numa fêmea fosse retirado somente o útero e não os ovários, esta cirurgia seria realmente uma esterilização (que evitava a reprodução) mas não uma castração (mantendo os cios do animal).

Na nossa clínica veterinária, na cirurgia de esterilização a fêmeas são sempre retirados ovários e útero, impedindo a procriação e evitando cios indesejados. Evitamos assim possíveis piometras, tumores do útero e mama (quando realizada antes do 1ª cio) e outras patologias associadas ao aparelho reprodutor.

Em termos de preço a questão não se coloca, pois não recomendamos só a castração em fêmeas (retirada somente dos ovários).

Consulte o seu médico veterinário e pergunte-lhe em que consiste a cirurgia a que vai ser submetido o seu animal e retire todas as dúvidas.