segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Luxação coxofemoral

A luxação coxofemoral é uma lesão que ocorre devido a um traumatismo forte (atropelamento, pancada, queda, luta, etc) que faz com que a cabeça do fémur se desloque para fora da articulação da anca (acetábulo). Pode ocorrer tanto em cães como em gatos de qualquer idade e normalmente é unilateral.

Os animais geralmente coxeiam da pata afectada, não pousam a pata no chão, sentem dor quando se tenta mexer a articulação e podem ter a pata mais comprida ou mais curta que a outra, dependendo do tipo de luxação.

O diagnóstico de luxação coxofemoral é feito com base na história de traumatismo, nos sintomas e através de radiografias da zona.

O animal deve ser tratado o mais rapidamente possível pois quanto mais tempo passar maior será a contracção muscular e a fibrose local que tornam mais difícil a resolução da luxação e reduzem as hipóteses de o animal recuperar totalmente. O tratamento pode ser feito com redução fechada da luxação (recolocação manual do fémur no acetábulo) nas primeiras 24 ou 48 horas após o traumatismo e se não houver mais nenhuma lesão ortopédica. Caso a luxação já seja mais antiga ou se a técnica de redução fechada não for eficaz é necessária uma cirurgia para recolocar o fémur.

Para evitar que o seu animal sofra este tipo de lesão não deve deixá-lo ir à rua sozinho ou sem trela.

Em caso de traumatismo deve consultar o médico veterinário o mais rapidamente possível.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Infecções cutâneas por fungos – Dermatofitoses

A dermatofitose é uma infecção da pele, pêlos e unhas causada por fungos do género Microsporum sp. ou Trichophyton sp. mais conhecida por “tinha”. Estes fungos podem atingir cães e gatos, apesar de os gatos serem geralmente mais afectados. Os animais jovens ou idosos, animais imunodeprimidos (com imunodeficiência felina ou leucemia felina por exemplo), com pêlo longo, com outros problemas dermatológicos ou que habitam em locais com grande concentração de animais estão mais predispostos a ser infectados por fungos. Estes fungos também podem causar lesões na pele das pessoas pois a dermatofitose é uma zoonose.

Os animais podem contaminar-se por contacto com roedores, com solo e objectos contaminados por esporos dos fungos ou com outros animais contaminados. Alguns esporos podem permanecer no ambiente até cerca de 2 anos, principalmente em zonas onde haja calor e humidade.

Nem todos os animais que contactam com os esporos dos fungos desenvolvem a infecção e alguns não apresentam sintomas sendo portadores assintomáticos ou tendo apenas zonas onde o pêlo é mais rarefeito. Os sintomas são muito variados mas os mais observados são alopécias (falta de pêlo) redondas de rápido desenvolvimento, descamação, inflamação da pele principalmente na borda da zona sem pêlos, coloração escura da pele e comichão. As zonas mais afectadas são o focinho, a cauda, as patas e as orelhas.

O diagnóstico faz-se com base na história clínica do animal, observação das lesões e testes específicos como a cultura de fungos a partir dos pêlos e observação ao microscópio. Pode realizar-se ainda um exame com a lâmpada de Wood que faz com que os esporos de Microsporum canis sejam observados com cor verde maçã. A desvantagem da lâmpada de Wood é que apenas detecta 50% dos casos e o facto de não se observarem esporos verdes não descarta a hipótese de haver infecção por fungos.

Se houver vários animais em contacto na mesma casa devem ser todos testados, mesmo que não manifestem sinais pois podem ser portadores assintomáticos.

O tratamento é feito com medicamentos tópicos utilizados localmente (champôs, pomadas, sprays, etc) e/ou com medicação oral, dependendo da gravidade da infecção. Em alguns animais, principalmente os de pêlo longo é aconselhada uma tosquia para que o tratamento actue mais rapidamente. Todos os animais infectados ou portadores assintomáticos que convivam na mesma casa devem ser tratados e mantidos em quarentena durante o tratamento. A pessoa responsável por cuidar destes animais e dar-lhes medicação deve usar luvas e trocar de roupa quando contactar com os animais doentes.

Para prevenir a contaminação deve:

- Evitar que ele ande em zonas onde possam ter estado roedores ou animais doentes

- Lavar e desinfectar os locais e objectos com que o animal contacta habitualmente (escovas, mantas, camas, etc)

Caso suspeite que o seu animal possa ter uma dermatofitose aconselhe-se com o médico veterinário.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Hérnia diafragmática

A hérnia diafragmática acontece quando o diafragma (músculo que separa a cavidade torácica do abdómen) se rompe permitindo que as vísceras do abdómen (fígado, estômago, intestino, etc) passem para o tórax. A maioria das hérnias diafragmáticas são de origem traumática (quedas, atropelamentos, lutas, pontapés) mas em alguns casos podem ser congénitas. Podem acontecer tanto em cães como em gatos.

Os sintomas podem levar dias, meses ou até anos a manifestar-se e os mais comuns nestes são a dificuldade respiratória, cianose (mucosas roxas), abdómen diminuído de tamanho, vómitos, anorexia, ausência de fezes ou diarreia.

Para diagnosticar estas situações é necessário fazer radiografia torácica e por vezes também ecografia e radiografias com meio de contraste para verificar a presença do estômago e intestinos no tórax.

O tratamento pa
ssa por uma cirurgia para corrigir hérnia fechando o diafragma e colocando os órgãos novamente na cavidade abdominal. O prognóstico nestes casos é reservado pois geralmente os animais encontram-se em estado crítico e a cirurgia tem alguns riscos associados. Muitas vezes é necessário estabilizá-los antes da cirurgia para reduzir os riscos anestésicos e fazer uma monitorização apertada no período pós-cirúrgico para aumentar a possibilidade de sobrevivência do animal.
Para diminuir os riscos de uma hérnia diafragmática
previna os acidentes que a podem provocar:
-Tome medidas para evitar quedas de janelas e varandas.
-Não deixe o seu animal de estimação vir à rua sozinho.
-Passeie o seu cão com trela.
Em caso de acidente ou sintomatologia anormal consulte sempre o seu médico veterinário.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Maneio de tartarugas semi-aquáticas (2ª Parte)

Alimentação
As tartarugas são omnívoras e no seu habitat natural podem alimentar-se de pequenos peixes, girinos e também de plantas. Tendo isto em conta os “camarões secos” não são aconselhados porque são pobres em proteínas, vitaminas e minerais essenciais.
O mais aconselhado é ração própria para tartarugas, comida liofilizada à base de peixe e insectos, ração para gatos, peixe ou carnes brancas cozidas, insectos como caracóis e ainda alguns vegetais e frutos. Uma alimentação variada, rica em vitaminas vai prevenir doenças como a hipovitaminose A (carência de vitamina A) que causa conjuntivites (infecções no olhos), abcessos no ouvido e alterações na pele e carapaça.

Hibernação

A hibernação é um período em que o metabolismo é reduzido
ao mínimo e o animal deixa de ter actividade física. Nas tartarugas este período permite regular o ciclo reprodutivo, defender-se de condições climatéricas desfavoráveis e das épocas em que há falta de alimentos. Se não quiser que a sua tartaruga se reproduza e pretender mantê-la saudável deve evitar que ela hiberne não permitindo que a temperatura ambiente do aquaterrário baixe. Algumas espécies de tartarugas de climas tropicais não podem hibernar pois no seu habitat natural nunca necessitam de hibernar e o seu organismo não está preparado para essa situação.
Em tartarugas jovens (menos de 1 ano), acabadas de comprar ou que estiveram doentes durante o Verão a hibernação acarreta ainda mais riscos pois não têm reservas de gordura suficientes para a suportar.

A semi-hibernação (mantém a actividade mas não comem) deve ser evitada. Caso aconteça deve-se colocar a tartaruga num aquário com temperatura aquecida para que retome a sua actividade normal e não hiberne mais.

Se pretender que a sua tartaruga hiberne mesmo assim deve preparar a hibernação com antecedência baixando gradualmente a temperatura do aquaterrário ao longo de um mês e diminuindo a quantidade de comida conforme a tartaruga reduz a actividade (o intestino deve estar vazio quando hibernam). É aconselhável reduzir a exposição da tartaruga à luz durante a hibernação.

Se ela estiver alojada num lago exterior este deve ter profundidade suficiente (mais de 60 cm) para que a água do fundo não varie muito de temperatura e deve ter sempre uma zona em que a água não congele para permitir à tartaruga vir à superfície respirar.
Para acordar da hibernação deve aquecer o local onde ela se encontra gradualmente e aos poucos aumentar a sua exposição solar até que ela regresse à sua actividade normal (cerca de uma semana).

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Maneio de tartarugas semi-aquáticas (1ª Parte)


Actualmente existem cada vez mais pessoas que têm animais exóticos como animais de companhia, sendo um dos mais comuns a tartaruga. As espécies mais comuns de tartaruga encontradas nas lojas de animais são Trachemys e Pseudemys, originárias do continente americano.
Estes animais, com um maneio e alimentação adequados podem viver mais de 25 anos e a maioria das tartarugas semi-aquáticas atingem 25 a 30 cm de comprimento na idade adulta. Ao escolher uma tartaruga
deve ter em atenção que ela tenha os olhos brilhantes, nade energicamente em busca da comida e tenha a carapaça dura pois são sinais de que está de boa saúde.

Alojamento


Embora a maioria destes animais seja adquirida numa idade jovem e com menos de 5 cm de comprimento deve ser tido em conta o seu tamanho adulto quando se compra um aquáterrário para as alojar.

O aquário deve ser de vidro e ter uma largura de 3 vezes o comprimento da carapaça da tartaruga e um comprimento de 5 vezes o comprimento da carapaça. A profundidade da água deve ser no mínimo 25 cm para que a tartaruga possa nadar à vontade. Também podem ser alojadas em lagos no jardim desde que lhes sejam dadas condições para hibernar. Caso elas estejam no jardim deve ser colocada uma vedação em volta do lago para as proteger dos predadores (cães, aves, etc).
No fundo do aquaterrário/lago pode ser coberto com pedras redondas (para não ferir a carapaça) até uma altura de 5 cm. Deve ser colocada uma rampa de acesso a uma zona seca (pedras, telha) onde a tartaruga possa descansar e apanhar sol.
Caso não tenha acesso a luz solar directa diariamente deve ser colocada no aquário uma luz ultravioleta por cima da zona seca (nesta zona a temperatura não deve exceder os 30ºC).
A radiação ultravioleta é importante para a absorção do cálcio que permite um correcto desenvolvimento da
carapaça.
Como a maioria das tartarugas vem de climas tropicais precisam que a temperatura da água seja mantida entre 22 a 26ºC através de um termóstato próprio para aquários ou de um tapete de aquecimento por baixo do vidro do aquário. O aquário deve estar parcialmente coberto para que a diferença de temperatura entre a água e a zona seca não ultrapasse os 4ºC.
A qualidade da água é muito importante para estes animais por isso devem ser usados produtos que retirem o cloro ou água deve ser mantida num recipiente aberto durante 2 dias para que o cloro evapore antes de a por no aquário.
É aconselhado o uso de um filtro de água com uma bomba para manter a limpeza do aquário e evitar trocas muito frequentes de água. O filtro deve ser exterior para não provocar vibração e não deve ser muito potente para não causar correntes no aquário.