quarta-feira, 28 de abril de 2010

Erliquiose

É uma doença também conhecida como febre da carraça e é causada por uma bactéria chamada Erlichia canis que infecta os glóbulos brancos dos cães e de outros animais silvestres. É transmitida pela picada da carraça Rhipicephalus sanguineus ou por transfusões sanguíneas.


Tem um período de incubação que vai de 8 a 20 dias e os sintomas são:
- Apatia
- Perda de apetite
- Febre
- Perda de peso
- Hemorragias (nasais, sangue na urina ou fezes)
- Gânglios aumentados
- Manchas vermelhas na pele (petéquias)
- Anemia
- Alterações no fígado e rim

O diagnóstico faz-se através de análises específicas ao sangue que permitem detectar a bactéria, embora numa fase inicial da doença os testes possam ser negativos. Por vezes é necessário realizar ecografia para avaliar o fígado e baço ou análises à medula óssea em casos mais graves.
O tratamento é feito com antibióticos e anti-inflamatórios apropriados durante um mês. Nos casos em que há anemia grave pode ser necessário realizar transfusões sanguíneas.
O prognóstico é bom e os animais começam a melhorar após 3 dias de tratamento caso não haja alterações da medula óssea ou insuficiência renal associada.
A prevenção desta doença é a melhor solução e uma vez que não existe vacina deve-se apostar em colocar no cão produtos que impeçam a carraça de picar transmitindo a bactéria.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Babesiose ou Piroplasmose

A Babesiose ou Piroplasmose é uma das doenças a que vulgarmente se dá o nome de febre da carraça sendo causada por um parasita dos glóbulos vermelhos, a Babesia canis que é igualmente um parasita da carraça. As carraças (Rhipicephalus sanguineus e Dermacentor reticulatus) transmitem a doença quando ingerem sangue do hospedeiro durante mais de 48h e quanto maior a quantidade de carraças presentes no cão, maior o risco de infecção. Os animais mais jovens também têm maior probabilidade de serem infectados do que os adultos.
A maior parte dos animais infectados não apresenta sinais clínicos podendo só os manifestar quando é sujeito a stress ou tem outras doenças associadas. Como o sistema imunitário não elimina totalmente as Babesias do animal, mesmo os que recuperam são geralmente veículos crónicos de transmissão do parasita.
Os sintomas geralmente são:
- Cansaço
- Febre
- Perda de apetite
- Vómitos
- Sangue na urina
- Manchas vermelhas na pele (petéquias)
- Gânglios aumentados
- Alterações respiratórias ou neurológicas
- Anemia

O diagnóstico é feito por observação de um esfregaço de sangue ao microscópio ou testes específicos para detectar o parasita. Em animais que não apresentam sintomas o parasita pode não ser observado no sangue embora esteja presente.
O tratamento é simples e eficaz mas é sempre melhor prevenir a doença uma vez que pode também transmitir-se aos seres humanos.
A prevenção deve ser feita quer colocando no cão produtos que evitem a fixação de carraças, quer através da vacina que tem uma eficácia que varia entre 70% a 100%. O animal para poder ser vacinado contra a babesiose deve estar de perfeita saúde, e ter mais de 5 meses. A primeira vacinação requer duas injecções e a protecção só ocorre passado uns dias depois da segunda injecção. As seguintes revacinações são anuais.
Aconselhe-se junto do seu médico veterinário quais os produtos mais adequados para proteger o seu animal.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

QUESTIONÁRIO SOBRE LEISHMANIOSE


De 21 de Abril a 11 de Maio de 2010, a nossa clínica veterinária fará um concurso sob o tema leishmaniose e o quanto está informado sobre ela.
Desloque-se à clínica veterinária Bichos & Caprichos e preencha o questionário. Teste os seus conhecimentos e habilite-se a ganhar prémios.
Os concorrentes receberão as respostas correctas em suas casas, podendo assim ficar mais esclarecidos sobre esta grave doença.
Os 3 participantes com mais respostas correctas receberão prémios.

Perito em Leishmaniose? Não perca esta oportunidade!
Não sabe nada sobre ela? Está na hora de aprender...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Doenças transmitidas por pulgas

Ao contrário do que se possa pensar as pulgas não são prejudiciais aos animais apenas pelo sangue que lhes sugam para se alimentarem diariamente. Ao alimentar-se as pulgas injectam saliva na pele do animal através da qual podem transmitir parasitas sanguíneos ou causar alergia grave (dermatite alérgica à picada da pulga). Além disso, através da sua ingestão quando se mordem para se coçarem os animais podem ficar parasitados com ténias que também podem ser transmitidas aos humanos.

Dermatite alérgica à picada da pulga

Ocorre em cães ou gatos que sejam alérgicos a um ou mais componentes da saliva da pulga. Acontece tanto em fêmeas como em machos mas geralmente não aparece em animais com menos de 6 meses de idade.
Nestes animais uma só picada é suficiente para desencadear esta doença causando sintomas como:
- Comichão (lamber, morder, arrastar-se nas paredes e tapetes, etc)
- Inflamação/vermelhidão da pele
- Pápulas (pequenas borbulhas vermelhas)
- Feridas com crostas
- Alopécias (falhas de pêlo)
- Cor escura da pele ou pus
- Mau cheiro da pele causado por bactérias e fungos
- Stress devido à comichão constante

As zonas mais afectadas são normalmente o dorso, a zona envolvente da cauda, a barriga, a parte de trás das patas traseiras e o pescoço.
O diagnóstico faz-se pelos sinais clínicos, localização e início do prurido (comichão) e pela visualização das pulgas ou das suas fezes. Nem sempre se observa uma grande quantidade de pulgas nestes animais pois eles ao lamber-se e morder-se acabam por eliminar grande parte das pulgas.

Parasitas sanguíneos - Hemobartonelose

O agente causador é a Haemobartonella felis, uma bactéria que se encontra dentro dos glóbulos vermelhos e que os destrói. Esta bactéria infecta principalmente os gatos jovens e pode ser transmitida entre outras coisa pela saliva que as pulgas injectam ao picar.

Os animais podem ser portadores da doença mas só desenvolver sintomas quando o seu sistema imunitário está debilitado ou quando estão infectados pelo vírus da leucemia (FeLV) ou da imunodeficiência felina (FIV). Geralmente detecta-se:
- Febre
- Apatia/depressão
- Diminuição do apetite
- Mucosas pálidas/icterícia (mucosas amarelas)
- Perda de peso
- Anemia
Para diagnosticar a doença é necessário fazer análises sanguíneas e o tratamento passa pela administração de antibióticos e transfusões sanguíneas em casos mais graves. Caso não sejam tratados cerca de um terço dos animais infectados com esta doença morre.

Ténias – Dipilidium caninum

As pulgas são transmissoras deste parasita intestinal quando são ingeridas pelos cães/gatos e não através da sua picada como acontece noutras doenças. O Homem também pode ser infectado com esta ténia através do contacto com as fezes de animais portadores do parasita. Isto acontece porque o parasita vai largando segmentos semelhantes a grãos de arroz contendo ovos através das fezes do animal.
Cães infectados com Dipilidium podem apresentar:
- Diarreia
- Perda de peso
- Prurido anal que faz com que o animal arraste o rabo no chão
Este parasita é detectado pela visualização dos seus segmentos nas fezes mas podemos suspeitar da sua existência pelos sinais clínicos. Em qualquer dos casos aconselha-se tratar o animal com um desparasitante interno de largo espectro e repetir o tratamento mensalmente até que desapareçam completamente os sintomas.

Devido a todos os efeitos negativos que as pulgas causam, o controlo da infestação deve ser feito cuidadosamente, mantendo a utilização de produtos anti-pulgas durante todo o ano assim como a higiene dos locais onde os animais se encontram.
Aconselhe-se com o seu veterinário sobre qual o produto mais adequado para o seu animal principalmente nos casos de animais alérgicos à picada da pulga em que o controlo deve ser mais apertado.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Pulgas

As pulgas são os parasitas externos mais comuns nos cães e gatos mas podem afectar a maioria dos mamíferos, incluindo o Homem. A espécie de pulga mais comum é a Ctenocephalides felis que está presente em cerca de 90% dos cães e gato infestados. Estes parasitas, apesar de dependerem do hospedeiro para se alimentarem infestam igualmente o ambiente. Deste modo se não for mantida uma boa higiene podem aparecer em todo o lado mesmo que já lá não estejam animais há algum tempo.

Estes pequenos insectos movem-se através de saltos pelo que não é necessário um contacto muito próximo entre animais para que fiquem infestados. Qualquer animal pode trazer uma pulga por ter passado num jardim, numa zona do prédio ou andado num carro onde possam ter estado animais com pulgas.
A presença das pulgas no hospedeiro pode ser detectada vendo a pulga adulta ou vendo as suas fezes. As fezes de pulga assemelham-se a um pó preto sobre a pele do animal mas quando molhadas tornam-se vermelhas porque têm restos de sangue.

As fêmeas da pulga podem viver até 100 dias no animal pondo em média 20 ovos por dia em cima do hospedeiro. Como os ovos não se fixam ao pêlo ou pele acabam por cair no chão onde se vão desenvolver dando origem às larvas. As larvas evitam a luz solar procurando zonas escuras e quentes onde possam crescer. Escondem-se nos espaços do soalho, carpetes, móveis ou em zonas com árvores onde encontram matéria orgânica e fezes de pulgas das quais se alimentam. Após alguns dias a larva transforma-se em pupa, criando um casulo onde pode permanecer até 140 dias, sobrevivendo a condições ambientais adversas e aos insecticidas. Sentindo a presença de animais ou pessoas a pupa transforma-se em pulga adulta e começa a sugar sangue do hospedeiro.


Em ambientes amenos e com alguma humidade como as casas ou canis as pulgas podem manter-se durante todo o ano activas infestando o ambiente e o animal. No total apenas 5% das pulgas são adultas e estão sobre os animais, os restantes 95% encontram-se nas formas larvares andando no ambiente.
Se este ciclo não for interrompido a infestação no animal torna-se cada vez maior causando mal-estar e danos na sua saúde. Além de sugar o sangue e provocar muita comichão as pulgas podem causar alergias, transmitir parasitas sanguíneos e ténias.

Existem diversos produtos disponíveis no mercado para matar e/ou controlar o crescimento das pulgas no animal e ambiente como coleiras, pipetas (spot-on), sprays, champôs e até comprimidos.
Para elimina-las do ambiente é necessária uma boa higiene aconselhando-se:
- Aspirar bem os locais onde se alojam os ovos e larvas tendo o cuidado de deitar fora o saco do aspirador ou colocar no seu interior pó para matar as pulgas de modo que estas não se desenvolvam no seu interior
- Lavar a cama do animal frequentemente
- Usar sprays insecticidas para matar os adultos e larvas que existam no ambiente após ter retirado do local todos os animais e alimentos.

Deve consultar o seu médico veterinário acerca do produto mais adequado para o seu animal e para usar no ambiente e ler sempre bem as instruções de utilização do produto. Alguns produtos são para uso exclusivo em cães podendo ser mortais nos gatos e existem também produtos que só podem ser usados no ambiente e nunca sobre os animais.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Desparasitantes externos - quais as diferenças

Hoje em dia existe no mercado uma grande variedade de desparasitantes externos com formas diferentes de actuação sobre todos os tipos de parasitas externos. Encontram-se champôs, pós, coleiras, pipetas e comprimidos que ajudam a matar e/ou a repelir pulgas, carraças, moscas, mosquitos e ácaros.
Para decidir qual a melhor opção para o seu animal de estimação tem de ter em conta se ele se encontra mais dentro de casa ou no quintal, quem convive com ele (crianças, outros animais, etc) e se ele já tem parasitas ou se o desparasitante é usado preventivamente.

Champôs e pós: geralmente matam as pulgas adultas mas não têm qualquer efeito residual, ou seja matam apenas as pulgas que estão sobre o animal naquele momento. São compostos por carbamatos (propoxur, carbaril) que são insecticidas muito tóxicos para os animais, especialmente gatos e cachorros ou são à base de piretrinas que são menos tóxicas para os animais mas estão contraindicadas em gatos. Os champôs à base de produtos naturais compostos por limoneno também não devem ser usados em gatos pois podem causar alergias.

Pipetas (spot-on): são aplicadas na pele do animal e depois de absorvidos têm acção em todo o corpo.


- Fipronil (Frontline ou Effipro): é eficaz em pulgas durante 3 meses e contra carraças e piolhos durante 1 mês. Já existem alguns tipos de pulgas resistentes ao produto. Quando se usa este produto não se pode dar banho ao animal 2 dias antes nem depois da aplicação do produto.

- Fipronil + S-Metoprene (Frontline combo): elimina pulgas, carraças e piolhos do animal e previne o desenvolvimento de larvas e ovos de pulga no ambiente durante 6 semanas. Não é indicado para cães e gatos com menos de 2 meses nem gatos com menos de 1kg. Quando se usa este produto não se pode dar banho ao animal 2 dias antes nem depois da aplicação do produto.

- Piriprole (Prac-Tic): é eficaz contra pulgas e carraças durante 1 mês e permite que o animal se molhe com frequência sem perder o efeito.

- Permetrina e associações (Pulvex e Advantix): Não pode ser colocado em gatos pois é muito tóxico para esta espécie. Previne e trata infestações por pulgas, piolhos e carraças e tem efeito repelente de mosquitos (transmissores da Leishmaniose e Dirofilariose) e moscas durante 4 semanas. Se o animal tomar banho 2 dias antes ou depois da aplicação destes produtos estes deixam de ser eficazes.

- Metaflumizone + amitraz (Pro-meris duo): eficaz em pulgas e carraças durante 1 mês. Pode ser usado em alguns tratamentos de sarna (Demodex) em cães mas é contra-indicado em gatos.

- Imidaclopride + moxidectina (Advocate): actua sobre as pulgas, carraças, piolhos, ácaros da sarna, além de matar alguns parasitas intestinais e do coração (dirofilaria). Existem várias apresentações para cães e gatos mas não pode ser usado em animais com menos de 7 semanas de idade. Se o animal tomar banho 2 dias antes ou depois da aplicação deste produto estes deixa de ser eficaz.

Coleiras: colocam-se em torno do pescoço mas actuam sobre todo o animal. Geralmente são cobertas por produtos em pó que se vão libertando aos poucos e exercendo a sua acção. Algumas agem em todo o tipo de parasitas externos, outras só contra pulgas ou carraças. Nem todas têm a mesma eficácia sendo que as que contêm organofosforados (diazinão) devem ser evitadas porque são muito tóxicas para os animais jovens e gatos. As coleiras contendo deltametrina (Scalibor) são mais eficazes contra pulgas, carraças, mosquitos e moscas podendo ser usadas em cachorros a partir dos 2 meses mas sendo contra-indicadas em gatos.

Comprimidos e injecções:
- Lufeneron (Program): pode ser dado em por via oral ou injectável. Apenas esteriliza as pulgas fazendo com que os seus ovos nãos e desenvolvam, não mata pulgas adultas.

- Nitempiran (Capstar): é dado por via oral e mata as pulgas adultas rapidamente sendo bom para eliminar uma grande infestação por pulgas.

Deve aconselhar-se junto do seu médico veterinário sobre qual o produto mais adequado para o seu animal tendo em conta a região onde mora, a estação do ano e a situação do seu animal.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

ABRIL - O MÊS DA DESPARASITAÇÃO EXTERNA

Os parasitas externos podem ser um verdadeiro risco para a sua saúde e a do seu animal. Para além da acção directa de irritação e espoliação de sangue, os parasitas externos podem ser transmissores de muitas doenças graves. Algumas delas transmissíveis ao Homem. Para seu bem e para o bem do seu animal, previna-se e desparasite externamente o seu animal.