quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Lipidose Hepática

A lipidose hepática, também conhecida como fígado gordo, é uma doença que ocorre nos gatos e que consiste na acumulação de gordura nas células do fígado devido a alterações no metabolismo da energia. Estas alterações acontecem quando, por algum motivo o animal fica sem comer durante vários dias e o seu organismo começa a usar a gordura corporal como fonte de energia. A gordura vai ser mobilizada para o fígado em grande quantidade e como não é possível metabolizá-la normalmente vai-se acumular nas células do fígado impedindo-as de realizar as funções normais.

Esta doença surge com mais frequência em gatos com excesso de peso, de interior e com mais de dois anos de idade. Pode ser secundária a outras doenças que causem anorexia (perda de apetite) como:
- Diabetes
- Pancreatite
- Insuficiência renal
- Doenças neurológicas
- Tumores
- Peritonite infecciosa felina
Em alguns casos o motivo da anorexia pode ser apenas uma situação de stress para o animal como uma mudança de ambiente, um novo animal em casa, a ausência do dono por mais tempo que o habitual, etc.
Os sintomas a que deve estar atento são:
- Anorexia (principalmente se durar mais que um dia)
- Perda de peso
- Vómitos
- Apatia
- Icterícia (mucosas das gengivas e olhos amarelas)
Em casos mais graves pode haver sinais neurológicos como salivação, convulsões, coma e até a morte.

O diagnóstico deve ser feito o mais cedo possível para que se possa iniciar imediatamente o tratamento que varia conforme a sua gravidade e a existência ou não de outras doenças. Em muitos casos é necessária hospitalização e uma alimentação rica em proteínas e com as calorias adequadas. Em casos em que o animal se recuse a comer, mesmo com estimulantes do apetite, é necessário colocar uma sonda de alimentação (esofágica ou nasal) para administrar comida ao animal até que ele recomece a mostrar interesse pela comida.
Para prevenir a lipidose hepática deve:
- Manter o gato com um peso adequado
- Não deve fazer mudanças bruscas no seu ambiente e hábitos
- Quando mudar a ração deve fazê-lo ao longo de uma semana e não de forma brusca
- Se tem um gato com mais de 8 anos de idade deve fazer um check up anual, incluindo análises.
Caso o seu gato apresente alterações de apetite ou de peso deve levá-lo ao veterinário o mais rapidamente possível pois o sucesso do tratamento depende muito do diagnóstico precoce.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Boa passagem e um óptimo 2010

Se nós podíamos passar para o novo ano sem desejar um Bom Ano aos nossos amigos?
Podíamos! Mas não era a mesma coisa.
Boa passagem e um óptimo 2010!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Obesidade – Um gordo problema

A obesidade é uma doença cada vez mais frequente nos animais de companhia. Resulta de ser dada ao animal uma alimentação com excesso de energia relativamente à que ele gasta na sua actividade diária. Assim, todas as calorias que não são gastas serão armazenadas sob a forma de gordura.
Um animal é considerado obeso quando o seu peso excede em 15% ou mais o peso ideal (um cão cujo peso ideal é de 10 kg é considerado obeso a partir dos 11,50 kg). Para além do peso existem alguns sinais de que o animal está com excesso de peso aos quais deve estar atento:
- As costelas não estarem palpáveis
- Deixar de se conseguir sentir as vértebras
- Observar que há acumulação de gordura na zona da barriga, principalmente nos gatos.


Existem raças mais predispostas a obesidade como os Labradores e os Basset Hound com as quais os cuidados nutricionais devem ser redobrados. A idade é um factor que predispõe para a obesidade pois o animal diminui a actividade física, logo necessita de uma alimentação menos calórica. Em alguns casos a esterilização/castração também pode aumentar tendência para o aumento de peso.
A obesidade acarreta riscos graves para a saúde como:
- Tendência para ter diabetes
- Problemas articulares (artrite, artrose, rupturas de ligamentos)
- Diminuição da actividade física e da tolerância ao calor
- Dificuldade respiratória e problemas cardíacos
- Problemas hepáticos (principalmente nos gatos)
- Aumento do risco cirúrgico


No caso da obesidade, prevenir é muito mais fácil que remediar. O dono deve ter em atenção:
- Dar apenas a dose diária recomendada pelo fabricante da ração para o peso do animal em 2 refeições no caso dos cães ou deixá-la à disposição no caso dos gatos.
- Dar o tipo de ração apropriada à faixa etária e condição do animal. Não dar ração junior a animais adultos. Dar ração ligth em caso de tendência para a obesidade.
- Se o animal tiver

comportamentos de pedinchar na altura das refeições poderá ser fechado noutra divisão enquanto a família come e assim evitar os deslizes de alguns elementos da família.
- Providenciar prática diária de exercício físico: nos cães pode ser através de um passeio diário longo ou de natação; nos gatos deve-se tentar perceber quais as brincadeiras favoritas e incentiva-las.
- Não dar restos das refeições nem alimentos com açúcar: as sobras normalmente contêm maior quantidade de gordura que deve ser evitada. Quando o animal comer alimentos extras (comida caseira, biscoitos, etc) deve ser reduzida a sua dose diária de ração para que a quantidade de calorias ingerida por dia seja adequada
- Reduzir a quantidade de guloseimas (biscoitos, comida enlatada, etc) que devem ser usadas só para felicitar o animal quando realiza correctamente os exercícios de aprendizagem.

A obesidade não é um problema estético. A obesidade é um problema grave que acarreta consequências negativas na saúde do seu animal, deve ser evitada e controlada pelos donos. Gordo? Só queremos o Pai Natal… Se verificar que o seu animal tem tendência para aumentar de peso deve consultar o seu médico veterinário para que ele lhe indique qual a dieta mais indicada para o seu caso.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

NATAL


Do Natal espera-se que tudo seja perfeito. Os mais nobres sentimentos, a reunião harmoniosa da família e/ou amigos, uma festa cheia de iguarias, a troca de prendas desejadas… E tudo com um toque de beleza e brilho. Mas como em tudo, quanto maiores as expectativas maior a frustração quando não concretizadas.
O ideal seria o conhecido “tou nem aí”. Aproveitar as coisas boas e aturar desportivamente as inevitáveis coisas menos boas. Como tentamos fazer o resto do ano. O Natal não tem que ser perfeito, mas podemos tentar que seja o melhor possível.

Neste Natal lembre-se:
- Não dê um animal de companhia a menos que saiba que existem todas as condições para o ter. Os animais de companhia não são objectos descartáveis, brinquedos. São seres vivos que dão trabalho e exigem dedicação e despesas. Não corra o risco de contribuir para mais um animal abandonado.
- Não dê ossos e chocolates, etc (
ver alimentos tóxicos) ao seu amigo de 4 patas. Ele pode adorar comê-los mas o mal que lhe fazem pode ser fatal. O melhor presente para o seu animal será uns minutos de brincadeira.
- Se vai para fora pense com antecedência o que vai fazer ao seu animal: deixá-lo aos cuidados de amigos/familiares, leva-lo consigo, deixa-lo num hotel para animais, pagar a alguém que cuide dele.
- Dedique algum do seu tempo a pensar nos menos favorecidos: contribuía para uma instituição de apoio a animais abandonados, passe num canil e ofereça uns miminhos.

E porque a perfeição e a felicidade total não existem, desejamos-lhe a si e aos seus um Natal imperfeito mas bom.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Educação na hora das refeições

A educação dos animais de companhia é muito importante para que a sua relação com todas as pessoas que moram com eles seja bem sucedida. Apesar de as cadelas/ gatas ensinarem os seus filhotes a comer e lhes imporem algumas regras, cabe aos donos continuar e aperfeiçoar a educação iniciada pelas mães.
Para começar devemos ter em conta que os comportamentos alimentares dos cães e dos gatos são muito diferentes. Os cães adultos devem comer a sua dose diária de alimento numa ou duas refeições por dia enquanto que os gatos devem ter a dose diária de comida à disposição pois podem fazer cerca de 15 pequenas refeições por dia.
Mesmo entre gatos existem diferenças pois os de exterior tendem a alimentar-se menos pois distraem-se na caça de pequenas presas. No caso dos gatos de interior é benéfico dar-lhes brinquedos e actividades para os distrair, diminuir a quantidade de alimento ingerido e incentivá-lo a praticar exercício físico prevenindo a obesidade.
Como os alimentos são necessários para a sua sobrevivência, alguns animais podem demonstrar um comportamento agressivo perante a comida, principalmente se houver falta de alimento. Estas situações são mais frequentes em cães e a agressividade (rosnar, ladrar, morder) pode ser dirigida tanto às pessoas como a outros animais e pode acontecer com a ração ou apenas com os seus petiscos favoritos. Estas situações podem acontecer desde cachorro por isso devem ser tomadas medidas para as prevenir logo cedo:
- Alimentar o cão em 2 ou 3 refeições por dia e não deixar comida à disposição- Caso haja mais do que um cão em casa a refeição deve ser dada em 1º lugar ao animal dominante da matilha.
- Em cães que tenham mostrado agressividade com petiscos apenas lhe podem ser dados os que forem consumidos rapidamente (não dar ossos de roer por ex.).
Além disso o cão deve ser habituado desde muito jovem a deixar o dono retirar e colocar o prato da comida, quer esteja cheio ou vazio, para que ele perceba que o dono não é uma ameaça e que não o vai impedir de se alimentar.
Outra situação que deve ser evitada, tanto em cães como em gatos é o hábito de pedinchar comida pois além de se tornar aborrecida para os donos predispõe à obesidade do animal. Para impedir ou acabar com este comportamento:
- Não pode ser dada nunca qualquer recompensa ou atenção quando o animal implora comida
- No caso dos cães devem ser sempre mantidos os horários das refeições a que estão habituados- Pode ser dado um petisco de longa duração (brinquedo dispensador de comida por ex.) para manter o animal ocupado enquanto o dono cozinha ou come
- O animal pode ser incentivado a fazer exercício antes da hora da refeição do dono pois se estiver cansado diminui a probabilidade de pedinchar
- O cão/gato pode ser fechado numa divisão diferente enquanto o dono come
Não se deve ralhar ou bater pois o animal pode entender que lhe estão a dar atenção e piorar o seu comportamento.



As alterações de comportamento relacionadas com a comida como a agressividade ou o pedinchar podem estar ligadas a doenças ou medicamentos que façam aumentar a fome. Se o seu animal manifestar alguma destas alterações é aconselhável contactar o seu médico veterinário.

Carta ao Pai Natal dos Gatos


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Alimentos tóxicos para cães e gatos

Ao contrário do que muitas pessoas pensam não são só os químicos e detergentes que temos em casa que são venenosos para os animais de estimação. Existem mais perigos espalhados pela casa, disfarçados de alimentos que comemos no dia-a-dia e que os cães e gatos muitas vezes gostam, mas que podem ser mortais.

Chocolate ou alimentos contendo cacau: quanto mais rico em cacau mais tóxico é para os cães e gatos pois mais teobromina tem. Causa intoxicações graves podendo ser causa de diarreias, vómitos, alterações cardíacas, convulsões e até causar a morte, dependendo da dose ingerida.


Café e chá: as substâncias tóxicas nestes casos são a cafeína e a teofilina, respectivamente. Causam sintomas semelhantes aos da intoxicação por chocolate mas a dose necessária para causar sintomas num cão ou gato é muito menor.

Uvas e uvas passas: apesar de não se saber qual o componente tóxico, uma pequena quantidade é suficiente para causar intoxicação que se manifesta por vómitos, diarreia, insuficiência renal e podem também causar a morte.

Cebola e alho: ambos têm um sulfoxido, um componente que causa destruição dos glóbulos vermelhos. Pode provocar fraqueza, anemia, respiração ofegante e sangue na urina.

Bebidas alcoólicas: a maioria dos animais manifesta depressão ou excitabilidade, alterações cardíacas e/ou respiratórias quando as ingerem, devido ao etanol que contêm. Não é necessária uma grande quantidade para causar sintomas e em casos graves pode provocar a morte.

Ossos e espinhas: ao mastigá-los ficam com pontas afiadas que ao ser engolidas podem ficar alojadas na garganta ou causar ruptura do estômago ou intestinos. Quando isto não acontece tornam as fezes muito secas e duras levando muitas vezes à paragem do trânsito intestinal.

Alimentos estragados: devem ser mantidos longe do alcance dos cães e gatos pois podem conter fungos e bactérias causadores de infecções graves.

Estes são os principais alimentos perigosos para os cães e gatos por isso deve evitar dar-lhos e em caso de eles os ingerirem deve consultar o seu médico veterinário.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Dezembro - O mês da Alimentação

A correcta alimentação dos animais é muito importante para que se mantenham saudáveis. Deve ser escolhida uma alimentação equilibrada e adequada a cada fase da vida do animal, sendo para isso necessário conhecer os hábitos e as necessidades de cada espécie e para cada fase.

Apesar de tanto o cão como o gato pertencerem à Ordem Carnivora, apenas os gatos são verdadeiramente carnívoros, os cães apesar de preferirem a carne, comem também outros alimentos. Os gatos têm uma necessidade muito grande de proteínas e pequena de hidratos de carbono sendo prejudicial uma alimentação com excesso de hidratos de carbono. Os cães precisam de grande quantidade de proteínas mas necessitam de maior quantidade de hidratos de carbono. Tendo em conta estas diferenças, cada espécie deve comer uma ração específica e não se deve dar ração de cão ao gato e vice-versa.

Para escolher o alimento mais adequado para cada animal deve ser tido em conta:

- A etapa da vida do animal (cachorro/gatinho, gestante, idoso, etc)

- O seu estilo de vida (se é activo ou gosta mais de dormir no sofá)

- Os componentes da ração e a sua digestibilidade (quanto melhores os componentes da ração e mais digerível for, menor será a quantidade diária ingerida e menor será o volume de fezes produzido)

- Palatibilidade (aceitação da ração pelo animal)

- Efeitos do alimento a longo prazo (peso adequado do animal, pêlo brilhante, massa muscular adequada)

A comida caseira nem sempre é uma escolha correcta pois é necessário conhecer muito bem as necessidades alimentares do animal, preparar alimentos especialmente para ele (não dar apenas as sobras) e mesmo assim é difícil fornecer um alimento completo e equilibrado. Actualmente há uma vasta gama de alimentos para animais que contêm todos os nutrientes essenciais sendo a forma mais eficiente e prática de lhes dar tudo o que ele precisa para um correcto crescimento e manutenção. Se escolher uma ração de boa qualidade e adequada ao seu animal evita a necessidade de dar suplementos (cálcio por. ex.) que podem tornar-se prejudiciais para a saúde.

Quando quiser dar uma guloseima aos seus animais de estimação deve também escolher biscoitos especialmente formulados para cães ou gatos e não dar-lhe doces ou comidas condimentadas que eles muitas vezes gostam mas que são prejudiciais para a sua saúde.

Existem alguns alimentos aparentemente inofensivos (chocolate, uvas, ossos, etc) que são verdadeiros venenos para alguns animais, falaremos deles durante este mês.