sábado, 16 de março de 2013

Comportamento felino – com evitar os problemas mais frequentes (2ª Parte)



2º - Ter curtos períodos de contacto físico com o gato e permitir que seja sempre ele a iniciá-los

Tal como os humanos, cada gato tem a sua maneira de ser e nem todos são igualmente sociais. Isto é visível no seu comportamento e facilmente se verifica que há gatos que procuram constantemente contacto com pessoas ou outros animais enquanto outros mantém sempre distância e evitam ser acariciados.
O facto de o animal não gostar de contacto físico deve ser respeitado, caso contrário gera-se uma situação de stress que invariavelmente termina em agressividade. Desta forma não se deve dar festas, agarrar ou por um gato ao colo, deve-se sempre esperar que seja ele a iniciar o contacto e também permitir que ele se vá embora quando assim entender. 
Não sendo pressionado o gato poderá ir-se habituando aos poucos ao contacto e apreciar cada vez mais a nossa companhia.

3º - Nunca brincar com o gato com as mãos

Para os gatos as brincadeiras são muito importantes pois vão substituir os comportamentos de caça e evitam que se tornem demasiado passivos. É importante que desde cedo o gato se habitue a brincar com brinquedos e nunca usar as mãos nas brincadeiras pois assim estimula-se a agressividade na brincadeira e a "caça" ao proprietário. Como em muitos casos os gatos preferem ter uma companhia para brincar podem ser usados brinquedos com canas em que eles se fixam na ponta do brinquedo e não nas mãos e também atirar bonecos, bolas ou outros brinquedos para que os cacem.

4º - Ter a água e a comida em locais separados e ter bebedouros automáticos e comedouros interativos

Os gatos tentam reproduzir em casa a alimentação que teriam no seu habitat selvagem, ou seja, tem tendência a comer pouca quantidade várias vezes ao dia e a beber pouca água. Isto reflete o seu estilo de vida de caçador de pequenas prezas que caçava diversas vezes ao longo do dia e tinha de aproveitar a humidade do alimento porque no seu ambiente havia falta de água.

Para aumentar a ingestão de água devemos ter a água e a comida em pontos separados da casa, sempre em zonas calmas, sem ruídos e movimentos inesperados e de onde o gato possa observar o ambiente envolvente. 

É recomendado que se tenha um bebedouro automático em que a água está em movimento para incentivar o gato a beber pois os gatos preferem beber água corrente. Caso não tenha um bebedouro automático deve procurar perceber qual o tipo de bebedouro que o gato prefere, recipientes largos em cerâmica ou metal podem ser mais indicados porque mantêm a água mais fresca.

A comida deve ser escondida em brinquedos ou “comedouros ativos” que obriguem o gato a caçar para comer. Existem diversos modelos de brinquedos que permitem ir aumentando o grau de dificuldade em caçar a comida e também podem ser feitos em casa esconderijos para a comida em diferentes divisões.



5º - Ter torres que permitam ao gato arranhar, brincar e esconder-se

Estes objectos são usados para o enriquecer o habitat pois possibilitam que o gato expresse comportamentos naturais da espécie como trepar, arranhar, vigiar o território e esconder-se quando se sente ameaçado. São peças indispensáveis, principalmente quando há mais do que um animal em casa porque permitem reduzir a tensão territorial, previnem conflitos e também aumentam a actividade do gato evitando o aborrecimento.

terça-feira, 12 de março de 2013

Comportamento felino – com evitar os problemas mais frequentes (1ª Parte)



Os gatos selvagens eram geralmente caçadores solitários, ao contrário dos cães selvagens que caçavam em matilhas e por isso tem comportamentos sociais diferentes. Assim, tendo territórios de caça muito vastos e com diversos esconderijos, os gatos podiam escapar aos contactos indesejados com outros animais da mesma ou de diferentes espécies. Estas diferenças devem ser tidas em conta quando se pensa em ter um gato em casa pois vão implicar necessidade de adaptarmos o nosso comportamento e a nossa casa à sua chegada.

Os problemas de comportamento felino são frequentes e em grande parte devem-se à falta de locais em casa que lhes permitam expressar o seu comportamento normal e evitar situações que os assustam e causam stress como:
- Mudanças de casa ou em casa
- Novos animais (em casa ou na vizinhança)
- Densidade excessiva de animais em casa
- Saída de animais
- Agarrar excessivo (pegar ao colo, dar beijinhos, etc)
- Conflito com outros animais da casa

Nos gatos é muito importante evitar situações de stress crónico porque além de conduzir a problemas comportamentais, causa doenças físicas, como a obesidade, hipertensão e problemas urinários.
Há algumas coisas simples que a maioria das pessoas pode fazer para melhorar a relação com o seu gato e prevenir problemas:

1º - Introduzir novos animais (principalmente gatos) de forma progressiva

Ter dois gatos pode ser benéfico pois assim garantimos que não ficam sozinhos quando saímos de casa e tem sempre um companheiro de brincadeiras. Para quem pensa ter dois gatos é aconselhável que os traga para casa na mesma altura e desde pequenos para que possam habituar-se a partilhar o território e a socializar à medida que crescem. 

Caso se queiram introduzir um gato mais tarde, tendo já um adulto em casa, nunca se deve colocar os dois gatos em contacto de imediato. O gato residente já tem um território estável e a introdução de um novo elemento vai ser uma ameaça ao seu território que pode desencadear agressividade entre os animais.

O novo gato deve ter acesso apenas a uma divisão da casa de cada vez, sem contactar com o gato que já lá estava. Assim o novo gato pode explorar e conhecer cada canto da nova casa sem ser pressionado pelo outro, ao mesmo tempo que o gato residente pode-se ir habituando ao cheiro e presença de um novo elemento em casa. Os primeiros contactos visuais devem ser feitos aos poucos e sempre com uma barreira física pelo meio para que em caso de ataque ninguém se magoe. Assim que os momentos de contacto sejam calmos então os gatos poderão ir convivendo aos poucos no mesmo espaço.
Isto é válido para outros novos elementos em casa, sejam cães ou mesmo pessoas.