sexta-feira, 25 de junho de 2010

Luxação da rótula

A rótula é o osso mais saliente do joelho, que cobre a articulação entre o fémur e a tíbia. Normalmente ela apenas se move para cima e para baixo conforme a articulação dobra mas quando ocorre uma luxação pode ficar no lado interno ou externo do joelho ou mover-se para dentro e para fora da sua posição normal.

Esta doença afecta tanto cães como gatos, pode aparecer numa ou em ambas as patas traseiras e pode ser congénita ou adquirida por traumatismo. No caso dos cães a predisposição genética é comum nas raças miniatura como os Pinscher, Yorkshire terrier, Pequinois e Caniches afectando mais frequentemente as fêmeas. Raças médias e grandes geralmente têm luxação traumática.

Em muitos casos os graus iniciais da doença congénita em raças miniatura podem passar despercebidos por os animais serem mais sedentários e andarem maioritariamente ao colo. Muitas vezes os sintomas iniciais são coxeira (claudicação) ocasional, alterações do passo do animal e relutância em saltar que acontecem devido à dor quando a rótula sai do seu lugar. Nesta fase os animais conseguem colocar novamente a rótula no lugar ao esticar o joelho, a dor passa e param de coxear. Com o tempo os ligamentos deixam de ter força para manter a rótula no sítio e os sintomas tornam-se cada vez mais frequentes.

Quando a doença se torna crónica os animais acabam por ter outras deformações e problemas ósseos e musculares como ruptura do ligamento cruzado do joelho e artroses devido às alterações causadas pelo mau posicionamento da rótula. Os sintomas visíveis podem ser também articulação do joelho inchada, deixar de apoiar a pata afectada ou andar com a pata virada para fora.

O diagnóstico faz-se através do exame e manipulação da articulação do joelho e podem também ser necessárias radiografias ou TAC para avaliar o grau da doença.

O tratamento pode ser feito com medicação apropriada e descanso nas fases iniciais da doença ou através de cirurgia para recolocação da rótula em casos mais avançados ou luxações traumáticas.

Animais que tenham a forma congénita da doença não devem ser usados para reprodução pois existe grande probabilidade de transmitirem a doença à sua descendência.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Cuidados com animais recém-nascidos

Tal como os bebés humanos, os cachorros e gatinhos recém-nascidos são animais frágeis que precisam dos cuidados adequados para poderem crescer de forma saudável.

Quando as mães aceitam bem os seus filhotes e os tratam torna-se mais simples o seu correcto crescimento e desenvolvimento. Elas mantêm-nos no local mais quente, amamentam-nos e fazem a sua higiene tantas vezes quantas as necessárias.

Se por algum motivo as mães não poderem criar os seus filhotes e não houver possibilidade de lhes dar uma mãe adoptiva os donos têm uma tarefa bastante exigente de substituir a mãe.

Alimentação

A alimentação é muito importante pois o leite materno de uma cadela/gata que esteja correctamente alimentada, vacinada e desparasitada não só tem todos os nutrientes necessários ao crescimento dos filhotes como tem anticorpos que os protegem de algumas doenças graves até à idade da primeira vacinação.

Quando a mãe rejeita os filhotes ou não os pode amamentar por não ter leite (agaláxia) ou ter uma infecção mamária (mamite) têm de ser amamentados artificialmente. Para isso deve ser utilizado um biberão apropriado (ao alimentar com uma seringa pode-se causar aspiração de leite para o pulmão e pneumonia) e leite próprio para cachorros e gatinhos. O leite em pó para bebés ou leite de pacote não é apropriado a estes animais podendo causar diarreias graves.

Quando se dá o biberão não se deve por o animal de barriga para cima pois assim engasgam-se mais facilmente. Na 1ª semana de vida é necessário dar-lhes 8 refeições por dia (de 3 em 3 horas) e depois pode-se ir reduzindo uma refeição por semana até às 3 refeições por dia (de 8 em 8 horas) na 6ª semana. A partir do mês de idade já pode ser posto o leite e comida apropriada humedecida com água quente num prato para estimular os animais a comer.

Aquecimento

Os animais devem ser mantidos num local quente onde se possa colocar um ninho forrado com um resguardo ou jornais que possam ser trocados periodicamente. Pode colocar um boneco de peluche no ninho para substituir a mãe.

A temperatura no local onde se encontram os bebés deve rondar os 30ºC nos primeiros 5 dias de vida e depois ser reduzida até aos 25ºC nas semanas seguintes. Para isso pode ser necessária lâmpada de aquecimento ou saco de água quente.

Como nascem com os olhos fechados e não são capazes de se orientar os cachorros/gatinhos devem ter o seu ninho dentro de uma caixa para que não saiam e fiquem em contacto com superfícies frias.

Higiene

Outro cuidado muito importante é a higiene dos filhotes. Até por volta das 6 semanas os bebés têm de ser estimulados para urinar e fazer as fezes, para isso deve-se massajar a barriga e passar um pano molhado ou um toalhete na zona do ânus.

O banho não é aconselhável até terem a sua vacinação completa por isso caso se sujem devem ser limpos com toalhetes ou com um pano embebido em água morna e sabão e bem secos em seguida.

Caso os animais não comam, não urinem/defequem por mais do que um dia ou tenham algum sinal de doença deve contactar o seu veterinário para que possam ser tratados o mais rapidamente possível.

sábado, 12 de junho de 2010

DOENÇA VESTIBULAR PERIFÉRICA


A Doença Vestibular Periférica é causada por disfunções no sistema nervoso periférico componente do sistema vestibular. O sistema vestibular é responsável por manter o equilíbrio e a postura normal da cabeça e dos olhos.

Os sinais da doença vestibular periférica incluem: inclinação da cabeça, marcha em círculos, quedas ou rolamento na direcção do lado da lesão, nistagmus (movimentos repetitivos e involuntários do olho), náusea e vómito. Pode ocorrer paralisia do nervo facial que causa diminuição ou mesmo ausência de movimento de pálpebras, lábio e orelha. Um animal com doença vestibular fica repentinamente descoordenado com inclinação da cabeça. Estes sintomas podem assemelhar-se a um AVC (acidente vascular cerebral) humano e ser assustador para o dono. No entanto, os AVCs são uma causa rara de doença vestibular central nos animais. Na doença vestibular periférica, ao contrário da central, não ocorrem alterações de consciência e do estado mental, não existe fraqueza muscular, e os animais não têm dificuldade em recolocar as patas na postura correcta (reacção proprioceptiva normal).

Esta doença surge mais frequentemente em cães idosos (12, 13 anos). Nos gatos pode ocorrer em qualquer idade.

A doença vestibular periférica pode ser resultante de um problema congénito, otite interna, síndrome vestibular idiopática, traumatismos na cabeça, tumores, hipotiroidismo, medicamentos ou desinfectantes tóxicos para o ouvido, pólipos inflamatórios.

O diagnóstico faz-se pelos sinais clínicos, sendo necessário determinar o que está na origem deste problema. É importante distinguir entre doença central e periférica, porque o prognóstico é diferente. A TAC, a ressonância magnética e o Rx do crânio, apesar de dispendiosos, são os melhores exames para diagnosticar a causa da doença vestibular, o que possibilita um tratamento correcto e determinar um prognóstico. Mesmo nos casos mais ligeiros é provável que o animal venha a manter a cabeça um pouco de lado permanentemente.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

FÉRIAS


As férias aproximam-se, e o seu animal já tem as férias marcadas? Existem várias hipóteses que poderá ter em conta.
Deixar o seu animal com um familiar ou amigo.

Um amigo ou um familiar que não se importe de ficar a tomar conta do seu animal poderá ser uma boa opção. É económica e pratica. O animal pode ficar no seu habitat normal ou ir para casa de alguém que conhece. Não se esqueça de transmitir todas as informações importantes, comportamentos habituais, medicação a tomar e telefone do veterinário em caso de urgência.

Deixar o seu cão num Hotel para animais.

Um hotel/canil para animais, onde o seu animal ficará alojado e receberá os cuidados necessários, é a opção de muitos. Verifique antecipadamente as condições e disponibilidade.

Levar o seu animal consigo.

Existem muitos alojamentos que aceitam animais: hotéis, casas, apartamentos e parques de campismo. Muitos motores de busca na internet permitem pesquisar com a opção: são permitidos animais. O importante é esclarecer tudo antes da viagem, condições em que são permitidos os animais, custos, local onde eles podem ficar, vedações, qual o porte do animal permitido, …

Não se esqueça de se prevenir contra as doenças endémicas da região para onde vai levar o seu animal.

E depois é fazer as malas e ir de férias…

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Otite

A otite é uma inflamação do ouvido que pode afectar:
- O canal auditivo externo (otite externa)
- O ouvido médio, que fica para lá do tímpano (otite média)
- O ouvido interno, onde se localizam os centros do equilíbrio e nervos auditivos (otite interna).

As otites internas são as mais graves pois muitas vezes estão associadas a danos neurológicos, felizmente as mais comuns são as externas que geralmente são menos graves.

Embora ocorra com mais frequência nos cães também pode afectar gatos. As raças de cães mais predispostas a esta doença são as que têm as orelhas caídas ou muito pêlo nas orelhas como os Cocker Spaniel, Shi-tzu, Caniches e Yorkshire terrier.

Os sinais da doença são:

- Coçar as orelhas com as patas

- Abanar a cabeça

- Andar com a cabeça de lado

- Vermelhidão na parte interior da orelha

- Grande quantidade de cera

- Secreção purulenta

- Mau cheiro

- Descamação

- Não deixar tocar na zona da orelha

As causas de otite são muito variadas:

- Infecciosa: apesar das bactérias e leveduras (Malassezia pachydermatis) não serem muitas vezes a causa primária tornam o tratamento mais difícil, tornando necessário fazer análises para identificar o microorganismo presente. Podem evoluir para otites internas e até originar meningites.

- Parasitária: associadas à presença e ácaros (Otodectes cynotis, Demodex canis, Demodex cati, Sarcoptes scabiei, Notoedres cati) ocorrem principalmente em gatos. O sintoma mais comum é presença de grande quantidade de cera escura.

- Corpos estranhos: praganas, folhas, pêlos e sujidade podem alojar-se no canal auditivo e causar infecções. Em casos mais graves em que haja perfuração do tímpano uma otite externa pode evoluir para otite interna.

- Alérgica: as alergias ambientais, alergias alimentares ou atopia podem manifestar-se através de otites recorrentes. Muitas vezes são agravadas pelo próprio animal que ao coçar causa infecção.

Na maior parte dos casos o diagnóstico é feito examinando o ouvido com um otoscópio mas em casos mais graves podem ser necessários raio x ou análises à secreção do ouvido.

O tratamento varia muito com a causa da otite e tanto pode ser tópico (pomadas ou gotas) como em comprimidos ou injectável.

Para prevenir o aparecimento de otites, em animais mais predisposto deve-se ter cuidados acrescidos retirando frequentemente os pêlos que crescem no interior das orelhas e limpando-as com produtos apropriados. Quando dá banho ao seu animal ou caso ele vá nadar deve secar-lhe bem as orelhas em seguida ou mesmo colocar algodão nos ouvidos para que não entre água.

Caso veja algum sinal de otite no seu animal dirija-se ao seu médico veterinário para ser observado e tratado.