segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Peritonite Infecciosa Felina (PIF)

A peritonite infecciosa felina é uma doença vírica imunomediada causada por um coronavírus entérico. O coronavírus entra no organismo por ingestão ou inalação, através do contacto com saliva e/ou fezes de animais infectados ou de objectos que tenham contactado com secreções infectadas (caixas de areias, calçado, etc).
Apesar de muitos gatos serem portadores deste vírus, na maior parte dos casos o sistema imunitário é capaz de combatê-lo de forma eficaz e não desenvolvem PIF ou manifestam apenas uma enterite ligeira. Nos casos em que se desenvolve PIF o coronavírus sofre uma mutação in vivo e pode atacar órgãos como o fígado, rins, cérebro e olho e é geralmente fatal. Por isso esta é a doença infecciosa que causa maior número de mortes em gatos e felinos selvagens e a partir do momento que o animal manifesta a doença a sua esperança de vida é no máximo de 2 anos.
Os animais mais afectados são gatos mais jovens (menos de 2 anos) e mais idosos (mais de 10 anos). Gatos que vivam em colónias/gatis, em situações de stress, que sofram de doenças crónicas e/ou infecciosas (FIV e FeLV) ou
a receber tratamentos imunossupressores também estão mais susceptíveis a que ocorra a mutação do vírus.
A PIF pode apres
entar-se em duas formas: a seca ou não efusiva (forma crónica) e a húmida ou efusiva (forma mais grave da doença).
Os sintomas são:

- Febre flutuante
- Apatia
- Perda de apetite

- Perda de peso - Diarreia
- Aumento do volume abdominal devido a derrame de líquido (forma húmida)
- Dificuldade respiratória devido a derrame de líquido no tórax (forma húmida)

- Icterícia (mucosas e pele amarelas)
- Uveíte (derrame de san
gue dentro do olho)
-Alterações neurológicas (perda de equilíbrio, tremores da cabeça, convulsões)

O diagnóstico da doença baseia-se na história, nos sinais clínicos e em biopsias de órgãos afectados. As análises de sangue e de líquidos de derrame podem ser sugestivas de PIF mas a única forma ter um diagnóstico definitivo é através da necrópsia.

Não existe cura para a PIF por isso o tratamento é apenas paliativo tentando minimizar os sintomas do animal através de fluidoterapia, transfusões sanguíneas, alimentação adequada e medicação conforme os sintomas apresentados. Em muitos casos os sintomas são muito graves e não permitem qualquer tipo de tratamento, sendo necessário recorrer à eutanásia.

Como ainda não existe vacina para esta doença deve-se apostar na prevenção através do isolamento dos animais contaminados, não permitindo contacto com gatos saudáveis, principalmente bebés. Uma vez fora do corpo o vírus pode sobreviver entre 2 a 6 semanas mas é eliminado pela maioria dos desinfectantes por isso é aconselhável fazer desinfecção frequente dos comedouros, bebedouros e caixas de areia para prevenir a disseminação do vírus em locais com grande população de gatos. Em locais onde tenha havido um gato com PIF recomenda-se esperar 2 meses até poder reintroduzir novamente um gato.

Uma vez que a maioria dos sintomas de PIF são comuns a outras doenças deve consultar o médico veterinário caso detecte alguma alteração no seu gato.

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