sábado, 25 de julho de 2009

Diagnóstico da Leishmaniose - nem sempre simples

O diagnóstico definitivo da Leishmaniose pode não ser fácil. Devem avaliar-se os sinais clínicos e o resultado dos testes laboratoriais. Os sinais clínicos podem ser variáveis ou mesmo inexistentes. E não existem testes 100% infalíveis.

Diagnóstico clínico

O diagnóstico da Leishmaniose não se deve basear somente nos sinais clínicos porque:

Os es observados podem estar aparentemente sãos. Estes es podem estar em fase de incubação, permanecendo sem sintomas.

Os sinais clínicos mais comuns, embora indiciadores, não são específicos da Leishmaniose. Podem ser devidos a outras doenças.

Têm sido descritas formas atípicas de leishmaniose canina, com lesões não habituais. Isto pode complicar ainda mais o diagnóstico clínico.

Exames Complementares de Diagnóstico

O diagnóstico da Leishmaniose não se deve basear somente no resultado de um teste de diagnóstico. Não existe um teste de diagnóstico 100% específico e sensivel disponível.

Os métodos de diagnóstico utilizados para a leishmaniose são:

Parasitológico, exame microscópico e de cultura.

Serológico, para detecção de anticorpos.

Detecção de ADN parasitário

Métodos Parasitológicos

Consiste na visualização ao microscópio do parasita num esfregaço de aspirado de medula óssea ou de linfonodo. Este é um teste rápido e barato, quando é positivo é mesmo positivo, mas o resultado negativo tem pouco significado.

Métodos serológicos

Os cães clinicamente doentes desenvolvem, geralmente, altos níveis de anticorpos circulantes no sangue. Os testes serológicos (medem os anticorpos circulantes) são uma ferramenta importante de diagnóstico.

Os testes serológicos que podem ser usados são vários. De uma forma geral, a Imunofluorescência indirecta IFI (considerado o teste de eleição), o ELISA, o DAT e o Western Blot dão os resultados mais satisfatórios e são os mais utilizados.

Quando avaliamos os resultados dos testes serológicos devemos a ter em conta que:

A detecção de um título de anticorpos considerado como positivo pode não significar que o animal esteja doente e somente indicar que o animal teve um contacto com o parasita. Ou uma reacção cruzada com anticorpos de outra doença (falsos positivos).

Os testes serológicos não são 100% sensíveis. Os cães em fases iniciais da infecção podem ser seronegativos. Devem ser seguidos e reavaliados (falsos negativos).

Kits Rápidos

Os kits comerciais para a detecção rápida de anticorpos estão a começar a ser utilizados de forma mais alargada. São fáceis de utilizar e dão o resultado em cerca de 10 minutos.

A eficácia destes kits foi recentemente avaliada. Concluiu-se que a especificidade foi razoável e a sensibilidade variou entre os 35% e os 66% (Gradoni, 2002).

Métodos de Detecção de ADN parasitário

A Polimerase Chain Reaction (PCR) é uma técnica muito útil mas cara para o diagnóstico da Leishmaniose, para o seguimento dos pacientes durante e após o tratamento.

É possível detectar ADN da leishmania nos aspirados de medula óssea, de linfonodos, bem como em amostras de sangue (menor sensibilidade). A sensibilidade e especificidade deste método são altas.

(Baseado em texto fornecido pela scalibor)

Notas:

A sensibilidade de um teste é a capacidade do teste de detectar animais doentes. Um teste com alta sensibilidade tem menos falsos negativos.

A especificidade de um teste é a capacidade do teste detectar animais não doentes. Um teste com especificidade elevada representa menor número de falsos positivos.

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