quarta-feira, 7 de julho de 2010

SINDROME DO RESTO OVÁRICO

O cio nas cadelas e gatas é muitas vezes um incomodo para o dono, quer pelas suas manifestações, quer pela possibilidade de reprodução indesejada.

Os métodos contraceptivos médicos trazem muitas contra-indicações e a melhor escolha é a cirurgia: ovariohisterectomia, remoção cirúrgica de ovários e útero.

Esta cirurgia para além de impedir a reprodução, evita permanentemente os sinais de cio incómodos. Nas gatas: vocalização, alterações comportamentais e tentativas de fuga para acasalar. Nas cadelas: corrimento sanguinolento, micções mais frequentes e perseguição por machos.

Tem ainda as vantagens adicionais de eliminar o risco de piometra, pseudogestação e hiperplasia mamaria felina. E se realizada antes do 1º ou 2º cio, reduz muito o risco de mais tarde virem a ter tumores mamários.

Contudo esta intervenção pode ter efeitos colaterais como: incontinência urinária, obesidade, vulva infantil, alopecia, mudança da cor e da textura dos pêlos e o Síndrome do Resto Ovárico.

O Síndrome do Resto Ovárico ou Síndrome do ovário remanescente é uma complicação pouco frequente na rotina das ovariohisterectomias das cadelas e gatas quando comparado com os casos descritos em humanos.

O SINDROME DO RESTO OVÁRICO refere-se a presença de tecido ovárico funcional após ovariohisterectomia em cadelas e gatas. Os animais apresentam de novo sinais de cio.

As causas podem ser várias:

- técnica cirúrgica inadequada com resecção incompleta de um ou ambos ovários.

- queda de uma pequena porção do tecido do ovário dentro da cavidade. peritonial aquando da retirada adequada dos ovários. Este tecido pode unir-se ao mesentério e revascularizar-se voltando a ser funcional.

- tecido residual ovárico em uma localização diferente da região normal e este pode ser funcional em qualquer momento.

Embora estes cios sejam inférteis, esta complicação pós cirúrgica imprevista traz incómodos.

Deverá primeiro confirmar-se o diagnóstico e descartar diagnósticos diferenciais. Eliminando a possibilidade de outras patologias que provoquem sangramento vaginal em cadelas e gatas castradas e isso inclui neoplasias, vaginites, piometra do coto uterino, traumatismos, terapias exógenas de estrogênio e coagulopatías. Outras condições também podem provocar o processo como: ovário supranumerário, ovário acessório, hiperactividade da glândula adrenal e tumor secretor de estrogênio.

O tratamento recomendado é o tratamento cirúrgico. A cirurgia deve ser realizada quando a cadela ou gata esteja em cio, já que reforça as possibilidades de visualizar este tecido.

O tratamento clínico é a administração de medicação hormonal. Não é recomendável, mas por vezes é necessário quando os proprietários recusam a cirurgia exploratória ou quando não foi possível localizar o tecido durante a segunda intervenção cirúrgica.

Um comentário:

  1. e qdo. ja refizemos a cirurgia pela 2ª vez e foi tirado o "restante" da 1ª cirurgia,e agora pela 3ª vez voltou os sintomas,é aconselhavel operar pela 3ª vez?

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