sexta-feira, 30 de maio de 2014

O MEU CÃO/GATO PODE SOFRER DE ALZHEIMER? - Disfunção Cognitiva no Cão e no Gato



Com o passar do tempo todos os órgãos vão envelhecendo. No cérebro esse envelhecimento ocorre devido à deposição de determinadas substâncias tóxicas, assim como pelo aparecimento de processos imunomediados, diminuição das defesas e devido a factores genéticos. Como resultado do envelhecimento cerebral surgem alterações comportamentais nos cães idosos (como mais de 7 anos) e nos gatos idosos (com 8 – 9 anos). 

Quando surgem alterações comportamentais num cão ou gato idoso deve dirigir-se ao seu médico veterinário para que este consiga fazer um diagnóstico que permita determinar o grau de disfunção cognitiva. Desta forma podem trabalhar em conjunto para garantir o melhor tratamento e as alterações ambientais que proporcionam ao seu animal a melhor qualidade de vida possível. Através de análises sanguíneas, da avaliação da capacidade locomotora (devido às artroses) e odontológica (lesões dentárias), é possível determinar certas condições responsáveis por alterações comportamentais de cães e gatos geriátricos. É essencial a realização de um exame neurológico completo, de forma a descartar causas centrais, como tumores cerebrais, etc. 

A síndrome de disfunção cognitiva resulta da degradação das capacidades cognitivas, caracterizado por alterações comportamentais, às quais não foram atribuídas causas médicas. Esta síndrome é o análogo da Doença de Alzheimer em Humanos. Desta forma é definida por um conjunto de sinais e o seu diagnóstico faz-se por exclusão de outras causas de alterações comportamentais, sendo necessário a presença de uma ou mais queixas, como:

1 - Desorientação: o animal fica “perdido” ou confuso em casa ou no local onde costuma estar habitualmente. Nota-se dificuldade em reconhecer pessoas ou locais familiares.

-  - Interacção: verificam-se mudanças na capacidade do cão/gato “cumprimentar” os membros da família, solicitar atenção, ou responder à atenção;

   - Alterações padrões de sono: dorme excessivamente durante o dia, mas fica acordado toda a noite;

  - Perda de hábitos de higiene e de eliminação: verifica-se que o cão/gato faz a eliminação dentro de casa/fora da liteira. E deixa de sinalizar a necessidade de eliminação.

   - Diminuição da actividade..
    A causa desta síndrome continua a ser desconhecida, sendo provavelmente devida a um conjunto de factores.

Tratamento:

Esta doença não tem cura e o tratamento tem como objectivos normalizar os níveis de neurotransmissores cerebrais e atrasar a progressão da doença. De uma forma geral, isto consegue-se com alteração da dieta e enriquecimento ambiental.

  1. Dieta: deve ser pobre em gorduras, conter antioxidantes como vitaminas C e E, carotenóides e flavonóides, para além de ácidos gordos, condroportectores, L-carnitina e lisina. 
  2. Estimulação mental e suporte comportamental: como o aumento da frequência e da duração dos passeios e brincadeiras; o ensino de novas tarefas, novos brinquedos e recompensas, em cães. Nos gatos as mudanças espaciais devem ser evitadas, uma vez que geram confusão. Nestes, pode recorrer-se ao uso de feromonas e à redução do espaço onde o gato se move, de forma a diminuir a ansiedade.
  3. Fármacos: existem uma série de medicamentos que ajudam no atraso desta condição.

O prognóstico depende da gravidade das alterações observadas no momento do diagnóstico mas a esperança média de vida é de 18 a 24 meses.

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