A diabetes mellitus é uma doença em que há acumulação excessiva de açúcar (glicose) no sangue (hiperglicémia). Este aumento de açúcar no sangue deve-se há impossibilidade da entrada de açúcar (glicose) dentro das células, por falta de quantidade suficiente de insulina. Nos animais diabéticos há uma diminuição da produção de insulina no pâncreas. Sem insulina não é possível a utilização do açúcar pelas células e estas deixam de ter energia suficiente. Assim têm de procurar formas alternativas de produzir energia, utilizando a gordura e o músculo o que provoca emagrecimento do animal ao mesmo tempo que o seu apetite aumenta. A glicose excessiva acumula-se na urina fazendo com que o animal urine em grandes quantidades e beba mais água para compensar as perdas na urina. Estes mecanismos provocam o aparecimento dos principais sintomas de diabetes:
- Perda de peso
- Aumento do apetite- Aumento da quantidade de urina
- Aumento da sede
Os animais com diabetes não controlada podem também ter mais tendência a ter infecções urinárias, os cães podem desenvolver problemas oculares (cataratas, glaucoma) e os gatos podem perder a força e mobilidade das patas devido a neuropatias. Caso a doença não seja tratada atempadamente a acumulação de açúcar no sangue irá provocar acidose diabética e consequentemente coma e morte do animal.
Esta doença ocorre geralmente em cães e gatos com mais de 5 anos de idade. Além dos factores genéticos há muitos outros que podem predispor a diabetes como a obesidade, dietas de má qualidade, falta de exercício, alterações hormonais (cio, infecções uterinas), doenças endócrinas ou medicamentos.
O diagnóstico é efectuado pelos sintomas, pela medição da glicose no sangue e pela presença de glicose na urina. Normalmente a glicose no sangue deve variar entre 80 e 120 mg/dl, podendo estar um pouco aumentada em situações de stress ou após uma refeição. Nos animais diabéticos é frequente a glicose no sangue ser superior a 400 mg/dl.
Esta doença exige tratamento, ou seja é necessário administrar insulina (através de uma pequena injecção subcutânea) e dieta apropriada para animais diabéticos. Quando o animal inicia o tratamento com insulina deve ser hospitalizado para que possa ser controlada a glicemia durante 12 a 24h de forma a fazer os ajustes necessários na dose de insulina e alimentação. Alguns animais podem necessitar de insulina uma ou duas vezes por dia. Os gatos devem ter alimentação sempre disponível e os cães vão precisar de ser alimentados a horas definidas.
Depois de a glicemia estar controlada é apenas necessário que o dono compreenda que é uma doença crónica e incurável que exige tratamento por toda a vida do animal. Mas desde que o dono siga as recomendações em termos de medicação e alimentação dadas pelo médico veterinário o animal pode ter uma boa qualidade de vida e prevenir-se complicações. As complicações mais comuns são a acidose diabética (se o açúcar no sangue continuar elevado) ou a hipoglicémia caso o açúcar no sangue seja demasiado baixo. Se houver um episódio de hipoglicémia o animal pode perder a consciência e entrar em convulsões, nesse caso deve-lhe ser colocado um pouco de mel na boca e deve ser levado de imediato a um médico veterinário pois corre risco de vida.
Em casa o dono pode monitorizar a quantidade de água que o animal bebe por dia, a quantidade de urina e a quantidade de comida que ingere pois alterações destes parâmetros podem ser indicativas de que o tratamento pode precisar de ser alterado. Periodicamente o animal deve ser observado pelo médico veterinário que o acompanha para verificar se não há necessidade de ajustar insulina ou alimentação administrada.
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