Com o passar do tempo todos os órgãos
vão envelhecendo. No cérebro esse envelhecimento ocorre devido à deposição de
determinadas substâncias tóxicas, assim como pelo aparecimento de processos
imunomediados, diminuição das defesas e devido a factores genéticos. Como
resultado do envelhecimento cerebral surgem alterações comportamentais nos cães
idosos (como mais de 7 anos) e nos gatos idosos (com 8 – 9 anos).
Quando surgem alterações comportamentais
num cão ou gato idoso deve dirigir-se ao seu médico veterinário para que este
consiga fazer um diagnóstico que permita determinar o grau de disfunção
cognitiva. Desta forma podem trabalhar em conjunto para garantir o melhor
tratamento e as alterações ambientais que proporcionam ao seu animal a melhor
qualidade de vida possível. Através de análises sanguíneas, da avaliação da
capacidade locomotora (devido às artroses) e odontológica (lesões dentárias), é
possível determinar certas condições responsáveis por alterações
comportamentais de cães e gatos geriátricos. É essencial a realização de um
exame neurológico completo, de forma a descartar causas centrais, como tumores
cerebrais, etc.
A síndrome de disfunção cognitiva resulta
da degradação das capacidades cognitivas, caracterizado por alterações
comportamentais, às quais não foram atribuídas causas médicas. Esta síndrome é
o análogo da Doença de Alzheimer em Humanos. Desta forma é definida por um
conjunto de sinais e o seu diagnóstico faz-se por exclusão de outras causas de
alterações comportamentais, sendo necessário a presença de uma ou mais queixas,
como:
1 - Desorientação:
o animal fica “perdido” ou confuso em casa ou no local onde costuma estar
habitualmente. Nota-se dificuldade em reconhecer pessoas ou locais familiares.
- - Interacção:
verificam-se mudanças na capacidade do cão/gato “cumprimentar” os membros da
família, solicitar atenção, ou responder à atenção;
- Alterações
padrões de sono: dorme excessivamente durante o dia, mas fica acordado toda a
noite;
- Perda
de hábitos de higiene e de eliminação: verifica-se que o cão/gato faz a
eliminação dentro de casa/fora da liteira. E deixa de sinalizar a necessidade
de eliminação.
- Diminuição
da actividade..
A causa desta síndrome continua a ser desconhecida, sendo provavelmente devida a um conjunto de factores.
A causa desta síndrome continua a ser desconhecida, sendo provavelmente devida a um conjunto de factores.
Esta doença não tem cura e o tratamento tem como objectivos
normalizar os níveis de neurotransmissores cerebrais e atrasar a progressão da
doença. De uma forma geral, isto consegue-se com alteração da dieta e
enriquecimento ambiental.
- Dieta: deve ser pobre em gorduras, conter antioxidantes como vitaminas C e E, carotenóides e flavonóides, para além de ácidos gordos, condroportectores, L-carnitina e lisina.
- Estimulação mental e suporte comportamental: como o aumento da frequência e da duração dos passeios e brincadeiras; o ensino de novas tarefas, novos brinquedos e recompensas, em cães. Nos gatos as mudanças espaciais devem ser evitadas, uma vez que geram confusão. Nestes, pode recorrer-se ao uso de feromonas e à redução do espaço onde o gato se move, de forma a diminuir a ansiedade.
- Fármacos: existem uma série de medicamentos que ajudam no atraso desta condição.
O prognóstico depende da gravidade das
alterações observadas no momento do diagnóstico mas a esperança média de vida é
de 18 a 24 meses.
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