O pâncreas é um órgão do sistema digestivo responsável pela produção de enzimas que digerem os alimentos no intestino e pela produção de insulina que regula a glicose do sangue. As enzimas digestivas normalmente só são activadas no intestino na presença de alimento. Na origem da pancreatite estas enzimas tornam-se activas dentro do próprio órgão e começam a digeri-lo.
As pancreatites podem ser agudas, tendo aparecimento repentino ou crónicas em que o orgão vai sendo destruído progressivamente. Em ambas pode haver sequelas como a insuficiência pancreática (má digestão) e/ou diabetes devido à destruição das células produtoras de enzimas e/ou insulina.
As causas desta doença são muito variadas incluindo:
- Medicamentos e toxinas
- Traumas que afectem o fornecimento de oxigénio ao pâncreas
- Factores genéticos
- Excesso de gordura na alimentação
- Tumores
- Parasitas
Esta doença pode afectar tanto cães como gatos, sendo mais comum em animais entre os 4 e os 9 anos de idade.
Podem existir casos em que a doença se instale mesmo sem a existência de nenhum destes factores, sendo de causa desconhecida.
Os sinais clínicos são muito variáveis mas os mais comuns são:
- Vómitos
- Perda de apetite
- Depressão
- Dor abdominal
- Febre
- Desidratação
- Diarreia
Normalmente, o diagnóstico de pancreatite é efectuado com base na história e sinais clínicos (depressão, ausência ou diminuição do apetite, e vómitos). A confirmação do diagnóstico pode ser difícil passando pelo descartar de outras doenças que causam sinais clínicos iguais. Pode requer análises de sangue especiais, exame radiográfico e ecografia abdominal, e por vezes biópsia do pâncreas.
Não há nenhum tratamento específico para a pancreatite, se a causa for conhecida deve-se tentar removê-la. Como na maioria dos casos a causa é desconhecida o que se faz é manter o animal hidratado, sem dores e retira-se a alimentação durante alguns dias para não estimular o pâncreas.
Nas pancreatites agudas o prognóstico é imprevisível. Quando não há complicações associadas, os animais podem recuperar e continuar bem desde que sejam tomados cuidados como dar-lhes uma alimentação pobre em gorduras e evitar a obesidade. Infelizmente existem casos em que a doença evolui de forma a colocar em risco a sobrevivência do animal mesmo com um tratamento agressivo, resultando na morte do animal. O mesmo pode acontecer nos casos em que a doença se torna crónica em que os animais acabam por não resistir às fases de agravamento da doença.
Sendo esta uma doença grave deve evitar-se os factores de risco como a obesidade e a alimentação rica em gorduras.