segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Maneio de Porquinhos-da-índia
Os porquinhos-da-índia (Cavia porcellus) são uma espécie de roedores que teve origem na América do Sul e que actualmente muitas pessoas têm nas suas casas como animal de estimação. Existem diversas raças com pelagens muito variadas mas quase todos são bastante resistentes e adaptam-se a diferentes habitats. São animais sociais pois na natureza vivem em grupos que podem chegar aos 10 indivíduos mas não é aconselhável juntar dois machos para não haver lutas entre eles.
O seu peso varia entre as 800 gramas e os 1.5 kg, sendo os machos maiores do que as fêmeas.
Alimentação
Uma vez que são animais herbívoros devem ser alimentados com ração própria para porquinhos-da-índia, feno e podem também ser dadas frutas e legumes frescos (excepto alface que pode causa problemas intestinais).
O comedouro deve ser feito de material resistente que não possa ser roído e o bebedouro deve estar suspenso para que não sujem a água.
O feno é essencial para assegurar que os dentes de crescimento permanente (como os dos coelhos) se gastem de forma adequada e deve ser fornecido diariamente. Também podem ser colocadas pedras minerais que eles podem roer para ajudar a desgastar os dentes incisivos.
Como esta espécie tem a particularidade de não conseguir sintetizar vitamina C a sua alimentação deve ser suplementada com frutas e verduras ricas neste componente como os brócolos, salsa, couve-flor e kiwi.
Alojamento
Os porquinhos-da-índia devem ser mantidos em gaiolas com pelo menos 2 metros quadrados por animal, com uma parede de pelo menos 30 cm de altura e bem ventiladas. A gaiola pode ter vários andares para que o porquinho possa escalar e exercitar-se.
O fundo da gaiola deve ser revestido com serradura, jornal ou outros substratos apropriados para estes animais. Seja qual for o revestimento utilizado deve ser todo retirado pelo menos uma vez por semana e a gaiola completamente lavada com água e sabão neutro. Estes animais normalmente escolhem uma zona da gaiola para urinar e defecar que deve ser limpa diariamente.
Os porquinhos-da-índia não devem ser alojados em locais quentes, húmidos ou onde haja luz solar directa. A temperatura ambiente ideal é cerca de 21ºC pois a temperaturas superiores a 28ºC podem sofrer golpes de calor que são fatais.
É aconselhável dar ao animal um local onde se possa esconder podendo usar-se um objecto de madeira, plástico ou cerâmica colocado dentro da gaiola.
Reprodução
A puberdade começa por volta dos 3 meses, altura a partir da qual as fêmeas fazem cios de 15 em 15 dias. Se não pretender fazer criação de porquinhos-da-índia deve separar os machos das fêmeas antes desta idade.
O período de gestação desta espécie é de cerca de 2 meses e as ninhadas têm normalmente entre 2 a 4 porquinhos mas podem ser maiores. No período de gestação a alimentação deve ser reforçada e deve-se evitar manusear as fêmeas pois são muito sensíveis e podem ter partos prematuros.
A fêmea pode ter novo cio 6 a 8 horas após o parto e por isso deve ser separada dos machos para não acasalar novamente.
Os bebés nascem já com os olhos abertos e começam a comer alimentos sólidos na 1ª semana de vida. O seu desmame é feito aos 21 dias, altura a partir da qual devem ser separados da mãe.
Desparasitação e problemas médicos mais comuns
Os porquinhos-da-índia não necessitam de ser vacinados, apenas precisam de ser desparasitados pelo menos de 6 em 6 meses. Deve aconselhar-se com o seu médico veterinário para saber quais os produtos mais indicados para cada caso.
Alterações cutâneas: as doenças de pele são dos problemas mais comuns nesta espécie. Tal como a maioria dos outros animais podem ter infestações por pulgas, carraças ou piolhos que se alimentam do seu sangue e lhes causam muita comichão. A desparasitação periódica evita e elimina estes parasitas.
Podem ainda ter infestações por ácaros ou fungos que causam descamação e zonas sem pêlo.
Se o alojamento não for feito numa gaiola adequada ou se a limpeza dos alojamentos não for feita de forma adequada podem desenvolver infecções nas patas que se apresentam inchadas e sem pêlos.
Alterações gastrointestinais: podem ser causadas por alimentos aos quais o animal é intolerante, por alterações da flora intestinal ou por obstrução por objectos que roam. Se houver falta de apetite ou diarreia o animal deve ser levado ao médico veterinário.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Peritonite Infecciosa Felina (PIF)
Os animais mais afectados são gatos mais jovens (menos de 2 anos) e mais idosos (mais de 10 anos). Gatos que vivam em colónias/gatis, em situações de stress, que sofram de doenças crónicas e/ou infecciosas (FIV e FeLV) ou a receber tratamentos imunossupressores também estão mais susceptíveis a que ocorra a mutação do vírus.
A PIF pode apresentar-se em duas formas: a seca ou não efusiva (forma crónica) e a húmida ou efusiva (forma mais grave da doença).
Os sintomas são:
- Febre flutuante
- Apatia
- Perda de apetite
- Perda de peso - Diarreia
- Aumento do volume abdominal devido a derrame de líquido (forma húmida)
- Dificuldade respiratória devido a derrame de líquido no tórax (forma húmida)
- Icterícia (mucosas e pele amarelas)
- Uveíte (derrame de sangue dentro do olho)
-Alterações neurológicas (perda de equilíbrio, tremores da cabeça, convulsões)
O diagnóstico da doença baseia-se na história, nos sinais clínicos e em biopsias de órgãos afectados. As análises de sangue e de líquidos de derrame podem ser sugestivas de PIF mas a única forma ter um diagnóstico definitivo é através da necrópsia.
Não existe cura para a PIF por isso o tratamento é apenas paliativo tentando minimizar os sintomas do animal através de fluidoterapia, transfusões sanguíneas, alimentação adequada e medicação conforme os sintomas apresentados. Em muitos casos os sintomas são muito graves e não permitem qualquer tipo de tratamento, sendo necessário recorrer à eutanásia.
Como ainda não existe vacina para esta doença deve-se apostar na prevenção através do isolamento dos animais contaminados, não permitindo contacto com gatos saudáveis, principalmente bebés. Uma vez fora do corpo o vírus pode sobreviver entre 2 a 6 semanas mas é eliminado pela maioria dos desinfectantes por isso é aconselhável fazer desinfecção frequente dos comedouros, bebedouros e caixas de areia para prevenir a disseminação do vírus em locais com grande população de gatos. Em locais onde tenha havido um gato com PIF recomenda-se esperar 2 meses até poder reintroduzir novamente um gato.
Uma vez que a maioria dos sintomas de PIF são comuns a outras doenças deve consultar o médico veterinário caso detecte alguma alteração no seu gato.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Hiperactividade em cães
A causa mais comum de hiperactividade é a falta de estimulação física e mental adequada ou ao facto dos donos reforçarem positivamente comportamentos inadequados. Raramente a hiperactividade é causada por alterações fisiológicas como a deficiência na produção de serotonina (substância relacionada com o relaxamento) ou por verdadeiros transtornos psicológicos sendo estes considerados animais hipercinéticos. Estes cães não se habituam a estímulos, reagem sempre de forma exagerada e não conseguem ficar quietos ou descansar mesmo em ambientes calmos.
Há raças mais predispostas a esta situação como os Yorkshire terrier, Caniche, Beagle, Cocker Spaniel e Pug por exemplo. Muitos nascem já com esta característica, sendo os mais activos da ninhada, que saltam e lambem toda a gente. No entanto, qualquer cão pode tornar-se ansioso e reagir demasiado a estímulos devido ao ambiente em que cresce, às experiências sociais e à sua educação.
Os factores que podem predispor a este problema comportamental são:
- Actividade física reduzida ou inexistente
- Pouca socialização
- Stress
- Falta de espaço
- Compensar comportamentos indesejados dando atenção ao animal, mesmo que seja na forma de repreensões.
As alterações de comportamento apresentadas são:
- Dormir pouco
- Dificuldade em adaptar-se a situações novas
- Agitação e procura de atenção constantes (ladram, saltam, roubam objectos)
- Não conseguem ficar sozinhos
- Estão sempre à procura de maneiras de aliviar as tensões como roer, destruir objectos, ladrar.
O animal deve ser visto por um médico veterinário e devem ser realizados os exames necessários para verificar a existência de alterações hormonais, neurológicas ou de hipercinese.
Em casos de hipercinese o tratamento deve ser feito com recurso a medicamentos mas nos restantes animais hiperactivos não é necessário. A solução para este distúrbio de comportamento passa por perceber as suas causas para podermos controlar a ansiedade, medo e necessidade de atenção do animal.
Para conseguir estas modificações é necessário alterar as rotinas e a interacção de toda a família com o animal. O exercício e estimulação mental diários adequados são muito importantes e podem ser conseguidos através de caminhadas ou brincadeiras como trazer de volta coisas arremessadas quando não se consegue sair para caminhar. Além disso é importante fazer exercícios de treino e obediência diários com o cão num ambiente calmo no sentido de estabelecer comportamentos relaxados que deverão ser recompensados com um reforço positivo (guloseima, biscoito, etc). Os comportamentos indesejáveis devem ser ignorados e interrompidos usando uma trela e redireccionados para comportamentos calmos como sentar. Todas a interacções com o animal devem basear-se em ordens a que o cão deve obedecer de modo que entenda o dono como líder no qual pode confiar.
Devido aos comportamentos indesejados, muitos animais ficam presos e afastados das pessoas o que está contra indicado pois estão privados de actividades físicas e contacto social. Isto provoca um ciclo vicioso pois há um aumento da excitação quando tem oportunidade de conviver com pessoas novamente, piorando a situação.
Caso tenha um animal hiperactivo em casa deve-se aconselhar com o médico veterinário para estabelecer o tratamento mais adequado a cada caso.