A dermatofitose é uma infecção da pele, pêlos e unhas causada por fungos do género Microsporum sp. ou Trichophyton sp. mais conhecida por “tinha”. Estes fungos podem atingir cães e gatos, apesar de os gatos serem geralmente mais afectados. Os animais jovens ou idosos, animais imunodeprimidos (com imunodeficiência felina ou leucemia felina por exemplo), com pêlo longo, com outros problemas dermatológicos ou que habitam em locais com grande concentração de animais estão mais predispostos a ser infectados por fungos. Estes fungos também podem causar lesões na pele das pessoas pois a dermatofitose é uma zoonose. Os animais podem contaminar-se por contacto com roedores, com solo e objectos contaminados por esporos dos fungos ou com outros animais contaminados. Alguns esporos podem permanecer no ambiente até cerca de 2 anos, principalmente em zonas onde haja calor e humidade.
Nem todos os animais que contactam com os esporos dos fungos desenvolvem a infecção e alguns não apresentam sintomas sendo portadores assintomáticos ou tendo apenas zonas onde o pêlo é mais rarefeito. Os sintomas são muito variados mas os mais observados são alopécias (falta de pêlo) redondas de rápido desenvolvimento, descamação, inflamação da pele principalmente na borda da zona sem pêlos, coloração escura da pele e comichão. As zonas mais afectadas são o focinho, a cauda, as patas e as orelhas.
O diagnóstico faz-se com base na história clínica do animal, observação das lesões e testes específicos como a cultura de fungos a partir dos pêlos e observação ao microscópio. Pode realizar-se ainda um exame com a lâmpada de Wood que faz com que os esporos de Microsporum canis sejam observados com cor verde maçã. A desvantagem da lâmpada de Wood é que apenas detecta 50% dos casos e o facto de não se observarem esporos verdes não descarta a hipótese de haver infecção por fungos.
Se houver vários animais em contacto na mesma casa devem ser todos testados, mesmo que não manifestem sinais pois podem ser portadores assintomáticos.
O tratamento é feito com medicamentos tópicos utilizados localmente (champôs, pomadas, sprays, etc) e/ou com medicação oral, dependendo da gravidade da infecção. Em alguns animais, principalmente os de pêlo longo é aconselhada uma tosquia para que o tratamento actue mais rapidamente. Todos os animais infectados ou portadores assintomáticos que convivam na mesma casa devem ser tratados e mantidos em quarentena durante o tratamento. A pessoa responsável por cuidar destes animais e dar-lhes medicação deve usar luvas e trocar de roupa quando contactar com os animais doentes.
Para prevenir a contaminação deve:
- Evitar que ele ande em zonas onde possam ter estado roedores ou animais doentes
- Lavar e desinfectar os locais e objectos com que o animal contacta habitualmente (escovas, mantas, camas, etc)
Caso suspeite que o seu animal possa ter uma dermatofitose aconselhe-se com o médico veterinário.